Grupo Associado de Estudos e Pesquisas sobre Historia da Educacao Matematica
Abstract
Disponível em: http://histemat.com.br/index.php/HISTEMAT/article/view/372O debate sobre os saberes na Educação Nova é geralmente dominado por duas posições anglo-saxônicas opostas,
mantidas por Dewey e Thorndike. Este artigo apresenta outra linha de divisão. Claparède e Vygotsky, duas figuras
europeias representativas da Educação Nova, ambos cientistas que constroem uma teoria do funcionamento
psicológico e estão fortemente envolvidos em reformas escolares. Suas concepções de saberes em educação são,
no entanto, contrastadas. Demonstraremos isso analisando vosso trabalho sob três pontos de vista: a relação entre
educação e desenvolvimento; a natureza dos saberes a ensinar; e o tipo de saberes necessários para a formação de
professores. Para Claparède, a educação segue o desenvolvimento natural; o saber a ensinar deve ser útil e
vinculado à vida cotidiana; saber para o professor é essencialmente saber sobre a criança. Para Vygotsky, a
educação precede o desenvolvimento, saber a ensinar é sistemático, diferente do saber do cotidiano, transformando
este relacionamento em seus próprios processos psíquicos; saber para os professores é saber a ensinar e sobre o
ensino. A abordagem de Claparède pode ser descrita como negação abstrata da escola tradicional; ele quer uma
revolução Copernicana, uma escola completamente diferente, ligada à vida cotidiana. A abordagem de Vygotsky
pode ser caracterizada como negação determinada; ele quer desenvolver a escola tradicional, mantendo e
transformando o conhecimento organizado sistematicamente em disciplinas formais