A peste (da servidão) no índio fraco. O colapso demográfico do México em pareceres médico-filosóficos de facções clericais (século XVI)

Abstract

Em peculiar filosofia natural e saber médico de expressão e difusão clerical, as pestes e mortandades foram vinculadas ao regime de trabalho forçado de um índio delicado e debilitado. Se essa condição física surgiu pelas circunstâncias da dominação estrangeira, também se pensava numa natureza frágil ancestral. A alegoria de Motolinia das dez pragas da Nova Espanha, um tratado filosófico de Las Casas, e o ambiente acadêmico mexicano constituíram bases literárias e conceituais para os pareceres do terceiro concílio mexicano, do Consejo de Indias e da crônica de Mendieta. Concluo com algumas respostas dos indígenas ao ditame de sua fraqueza fatal. No campo da história das ideias e conhecimentos, reavalio sentidos da queda do índio por autores como Anthony Pagden e Jorge Cañizares Esguerra, bem como reviso a trama do ameríndio indefeso perante a conquista colonial e biológica.In a peculiar natural philosophy and medical knowledge of clerical expression and diffusion, plagues and deaths were linked to the regime of forced labor and the miserable life condition of a delicate and weakened Indian. If this physical condition arose from the circumstances of foreign domination, there were also thoughts about an ancestral fragile nature. Motolinia’s allegory of the ten plagues of New Spain, a philosophical treatise of Las Casas, and the Mexican academic environment, are literary and conceptual bases of the opinions of the third council, the Consejo de Indias and the chronicle of Mendieta. I conclude with some indigenous responses to their portrayed fatal weakness. In the field of the history of ideas and knowledge, I reassess the fall of the Indian from authors such as Pagden and Cañizares Esguerra, and review the narrative of the defenseless Amerindian in face of the colonial and biological conquest

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