Gringos, nômades, pretos – políticas do musicar africano em São Paulo

Abstract

Ao acompanhar nos últimos anos músicos africanos recém-chegados ao Brasil, observamos como seu musicar em São Paulo cria um mundo de imaginação e potencialidade política, um espaço para a solidariedade, habitado por entidades africanas e afrodiaspóricas da história passada e presente, de lutas e manifestações artísticas anticoloniais, antiescravistas ou afropolitanas (Mbembe, 2015). Como estes músicos lidam com as políticas raciais e culturais do país? Como o racismo e os movimentos afro-brasileiros os interpelam? Que capitais transculturais (Glick-Schiller e Meinhof, 2011) ou formas de “ação social” (Blacking, 1995) mobilizam para navegar na cena artística brasileira? Como lidam com as instituições culturais e com os movimentos sociais? Ser africano no Brasil - seja no palco, no estúdio de gravação, em eventos artivistas ou solidários - é sempre um ato de resistência. “Gringos” ou “nômades” estes artistas constituem uma “comunidade musical” (Shelemay, 2011) com quem dialogamos num fazer etnográfico fílmico e compartilhado.Following African musicians who arrived in Brazil in recent years, we observe how their musicking in São Paulo creates a world of imagination and political potential, a space for solidarity, inhabited by African and Afro-diasporic entities from past and present history, of anti-colonial, anti-slavery or Afropolitan struggles and artistic manifestations (Mbembe, 2015). How do these musicians deal with the racial and cultural politics in the country? How do racism and Afro-Brazilian movements challenge them? What transcultural capitals (Glick-Schiller and Meinhof, 2011) or forms of “social action” (Blacking, 1995) are mobilized to navigate the Brazilian art scene? How do they deal with cultural institutions and social movements? Being African in Brazil - whether on stage, in the recording studio, in artivist or solidarity events - is always an act of resistance. “Gringos” or “nomads” these artists constitute a “musical community” (Shelemay, 2011) with whom we dialogue in a shared and filmic ethnographic making

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