Reinterpretar os valores da tradição do território do Minho: o artesanato como chave de leitura

Abstract

To propose new experiences through design - as a communication interface between past and future - is to propose new products that are not only seen as experiences’ mediators, but are especially capable of promoting quality of life, fostering more intense experiences of places, acting as emotional relationships with the space through the indexing of the body, and anxious to resolve concerns of a symbolic nature. Minhoto’s craftsmanship positions itself as key for the interpretation of this vision; the material heritage that carries through its stories the immateriality, the relationship of civilization with the material world that naturally translates a collective value represented in memory and tradition. The closeness of these two variables - crafts and design - reflects a challenge to design’s disciplinary skills, a role recognized as crucial in the alter-globalization - “a globalization based on people” (Gebre, in Santos, 2003) - through its ability, demonstrated over time, to link citizens with the places we deem vital to the local cultural identities. Design as a discipline with an inclination for transdisciplinarity and for managing complexity, through its many possible languages, incorporating metaphors as representations for the experience, has the ambition of giving visibility to the values of the territory, through knowledge, which is synthesis of representations (Deleuze, 1994), reverting or adding to its value, that is, making it present by reinterpreting the craftsmanship. Key words: craftsmanship, design, experience, territory.Propor novas experiências pelo design – como interface comunicação entre o passado e o futuro – passa por propor novos produtos, que não são só entendidos como mediadores das experiências, mas que são sobretudo capazes de fomentar a qualidade de vida, potenciando vivências mais intensas dos lugares, actuando como relações afectivas com o espaço através da indexação do corpo, e ambicionando resolver inquietações de natureza simbólica. O artesanato minhoto, coloca-se como um elemento que posiciona uma chave de leitura a esta visão; património material que transporta através das suas histórias a imaterialidade, a relação da civilização com o mundo material que naturalmente traduz um valor colectivo traduzido em memória e tradição. O aproximar destas duas variáveis – artesanato e design - traduz um desafio às competências disciplinares do próprio design; um papel considerado fundamental numa reconhecida alter-globalização – “uma globalização baseada nas pessoas” (Gebre, in Santos, 2003) – através da sua capacidade, demonstrada ao longo dos tempos, de relacionar os cidadãos com os lugares, que julgamos fundamental às identidades culturais locais. O design como disciplina com apetência transdisciplinar e de gestor da complexidade, através das suas linguagens, incorporando metáforas como representações para a experiência, terá a ambição de dar visibilidade aos valores do território, a partir do conhecimento, que é síntese de representações (Deleuze, 1994), devolvendo-lhe ou acrescentando-lhe valor, isto é, tornando-o presente, pela reinterpretação do artesanato. Palavras-chave: artesanato, design, experiência, território

    Similar works