Os problemas relacionados à deposição de resina orgânica e ao tratamento de óleos altamente viscosos são conhecidos e vem sendo enfrentados desde os primórdios da indústria de petróleo. Uma vez que a bibliografia deste trabalho relata casos em que campos magnéticos melhoram as qualidades de alguns tipos de óleo, o presente trabalho tentou analisar a influência de campos magnéticos nas propriedades reológicas de 7 amostras de petróleo. Basicamente, estas amostras foram expostas a um campo magnético de 13 kG, por 1 min em uma temperatura próxima de suas temperaturas iniciais de aparecimento de cristais de parafina (TIAC). Suas propriedades reológicas foram analisadas antes e após serem expostas ao campo magnético. Somente uma, das sete amostras estudadas, apresentou uma alteração significativa de suas propriedades reológicas (40% de redução em sua viscosidade). As demais amostras permaneceram inalteradas antes e após serem expostas ao campo magnético de 13 kG, por 1 min. Na tentativa de descobrir o porquê da redução da viscosidade da amostra 1, foram realizadas algumas caracterizações das amostras com a finalidade de compará-las. Os espectros de ¹H RMN indicaram os tipos de hidrocarbonetos predominantes e quais as suas concentrações. As curvas de magnetização obtidas por um magnetômetro de amostras vibrantes (VSM) indicaram a presença de substâncias diamagnéticas e paramagnéticas. Os espectros obtidos por ressonância paramagnética eletrônica (RPE) indicaram a presença de substâncias paramagnéticas e os espectros de Fluorescência de raios X (FRX) indicaram a presença de Br e Sr na amostra 1, os quais não estavam presentes em nenhuma outra amostra. Os resultados de RMN mostraram que a principal diferença entre a amostra 1 e as demais amostras, foi a concentração de moléculas alifáticas em relação às aromáticas (444,46:1) e a concentração de água (cerca de 10% v/v) na amostra 1. De acordo com relatos de alguns trabalhos, o tipo de petróleo que mais se observa o efeito de redução de viscosidade é o parafínico. Porém, não foram encontradas alterações significativas em nossos resultados, mesmo as amostras apresentando altos teores de parafinas (6% p/p, 11%p/p e 25%p/p). Com base nos resultados apresentados, acreditamos que a parafina pode sim, estar envolvida no processo de alteração das propriedades reológicas de petróleos. Porém, a presença da parafina não deve ser a única razão capaz de promover tais alterações. Algo mais, ainda desconhecido e a explicar, seria o fator responsável pela interação entre os campos magnéticos e as amostras de petróleo, em nível microscópio, capaz de alterar suas propriedades reológicas