Frida Kahlo: feminino e feminismos na vida e na obra da artista mexicana

Abstract

Além de ser uma das artistas mais importantes na história da arte mexicana, Frida Kahlo (1907-1954) se tornou um verdadeiro símbolo para o movimento feminista, sobretudo após a sua morte. Performática, passional e extremamente política, a artista, no entanto, nunca reconheceu fazer parte do movimento, ainda que contemporânea a teóricas feministas como Simone de Beauvoir (1908-1986). Entender o feminino e o feminismo em uma artista que pintou, durante toda a sua carreira, sobretudo mulheres - na maioria das vezes a si própria - e que tinha como principais características pessoais um senso de liberdade sexual particular, uma personalidade autônoma e uma vivência próxima ao conceito de performatividade de gênero de Butler (1956-), se revela, portanto, como uma necessidade, em um momento em que tanto falamos de um futuro mais justo e igualitário para todas as mulheres. Através da biografia da artista, de um aprofundamento teórico nas principais pensadoras do feminismo, como Tiburi (1970-), Ngozi (1977-) e Hollanda (1939-), e por fim, da análise semiótica de três obras de Frida Kahlo, este trabalho investiga a relação de Frida com o feminismo, tomando-a como ponto de partida para um entendimento que se amplia para todas as mulheres. Em comum, a Kahlo do passado e as mulheres do presente e do futuro, ainda impactadas com as suas obras, têm na persistente luta o objetivo de conquistarem o direito de serem o que verdadeiramente são e sobretudo, a liberdade de se assumirem, se imporem e se amarem como mulheres

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