A utilização de fármacos psicotrópicos durante a amamentação continua levantando alguns questionamentos e dúvidas, entre elas, sobre a segurança do lactente frente a possíveis efeitos colaterais, verificando se existe a necessidade da interrupção da amamentação durante o tratamento farmacológico da lactante. Considerando a ocorrência de sintomas psiquiátricos no período puerperal faz-se necessário o uso de psicofármacos durante esse período para pacientes que já tenham diagnóstico de doença mental e em casos que a mulher desenvolve depressão pós-parto, situação que a leva indagar se deve interromper a amamentação para fazer o tratamento, visto que os fármacos são excretados no leite materno, expondo o lactente ao contato com o medicamento antidepressivo. Devido a pouca informação por parte de mulheres que estejam amamentando, sobre a relação tratamento-amamentação, objetivou-se com o presente trabalho, esclarecer dúvidas existentes em relação a utilização de medicamentos antidepressivos durante a amamentação, exemplificando fármacos que são utilizados sem provocar maiores danos ao lactente, a fim de promover o conhecimento a respeito. O presente estudo foi fundamentado perante revisão descritiva da literatura científica sobre amamentação e uso de fármacos antidepressivos durante esse processo, onde a pesquisa foi feita por meio da análise de artigos dos bancos de dados SciELO e BVS, utilizando os seguintes descritores: antidepressivos, depressão pós-parto, amamentação. Foram selecionados 04 (quatro) artigos completos, publicados em língua portuguesa, entre os anos de 2012 a 2017. O leite materno é de fundamental importância para a saúde da criança pela sua disponibilidade de nutrientes e substâncias imunoativas, além de favorecer a relação efetiva entre o bebê e a mãe. Os profissionais de saúde devem estar atentos para a terapia farmacológica em mães que estejam amamentando, a decisão com relação a interromper ou não a amamentação deve considerar os riscos e benefícios para a mãe e para o lactente. Os trabalhos analisados mostraram-se positivos no que diz respeito à utilização de fármacos antidepressivos, no entanto, chama a atenção para a interrupção desse tratamento se houver uma comprovação do impacto do fármaco no aleitamento ou no desenvolvimento do bebê. Os fármacos antidepressivos de escolha e mais seguros durante a amamentação pertencentes a classe dos Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS) são Sertralina e Paroxetina. E da classe dos Tricíclicos (ADTs) são Amitriptilina, Nortriptilina e Imipramina, sendo preferíveis utilizar a menor dose eficaz para o controle dos sintomas. Contudo, é necessário manter o estado de vigilância ao bebê atentando aos sinais e sintomas que o mesmo possa apresentar. Conclui-se que o tratamento farmacológico antidepressivo não constitui uma razão que deva, necessariamente, conduzir ao abandono da amamentação