A EVOLUÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE COMPARTILHAMENTO DO CONHECIMENTO E INOVAÇÃO E SUAS REFLEXÕES EPISTEMOLÓGICAS

Abstract

A inovação é altamente dependente do compartilhamento de conhecimentos entre indivíduos, equipes e organizações e sustentada por sua aplicabilidade à concepção ou melhoria de novos produtos, serviços e modelos de negócios. Por ser considerada uma capacidade fundamental para manter a vantagem competitiva das organizações, sua relação com a gestão e compartilhamento do conhecimento vem sendo estudada desde 1973 e segue em curva ascendente de crescimento a partir dos anos 2000. Este artigo apresenta um estudo sobre as origens históricas da relação entre o compartilhamento do conhecimento e a inovação em organizações, segundo a evolução teórica. A importância dada ao presente ao tema deve-se ao fato da inovação integrar componentes técnicos e físicos relacionados ao conhecimento no desenvolvimento de produtos. Existe também a compreensão de que o diálogo é o principal instrumento para converter o conhecimento em inovação e esta depende do compartilhamento de conhecimento. Assim, pergunta-se: Como as organizações aprendem? Como se dá o compartilhamento do conhecimento? Como aplicam o aprendizado no fomento à inovação? Como o conhecimento passará a ser gerido? O procedimento metodológico partiu da necessidade de examinar os conceitos de conhecimento presentes na filosofia e na gestão, identificando a relação entre os campos, temas mais relevantes em cada período e evoluções das correntes epistemológicas na literatura que relaciona os construtos. O estudo identificou quatro estágios teóricos na evolução da literatura até então: embrionário, emergente, crescimento jovem e crescimento acelerado. A partir das etapas do ciclo de vida, concluiu-se que o estudo do compartilhamento de conhecimento e da inovação passou de uma abordagem tecnológica para redes de conhecimento no estágio de crescimento jovem e para o processo de aquisição no estágio mais de crescimento acelerado. Os estágios de maturidade e saturação não se aplicam ao atual estado da arte, uma vez que o número de artigos publicados sobre o tema por ano cresce exponencialmente desde 2000. A partir dos artigos seminais, conclui-se que o diálogo é o principal instrumento para converter o conhecimento em inovação e que esta depende do compartilhamento de conhecimento. Portanto, uma organização que incentiva o compartilhamento de conhecimento facilita as capacidades de inovação. Epistemologicamente, os autores de gestão do conhecimento flertam, ao longo do tempo, com várias correntes, desde o racionalismo de Platão à Polanyi, passando pelo empirismo de Bacon e Locke e a dialética de Hegel

    Similar works