VARIÁVEIS RELEVANTES PARA A COMPREENSÃO DA PROPORÇÃO DE POBRES E EXTREMAMENTE POBRES NA REGIÃO NORDESTE

Abstract

O objetivo desse artigo é compreender as principais variáveis que afetam a proporção de pobres e extremamente pobres nos estados do Nordeste de 2003 a 2013, analisando a influência da desigualdade, grau de escolaridade, desemprego e grau de informalidade sobre essas proporções. Também, investiga a relação desses fatores com as condicionalidades presentes no programa de transferência de renda Bolsa Família. Para poder realizar uma análise usando um período de tempo relativamente curto foi utilizada a metodologia econométrica dos dados em painel. Esse modelo é vantajoso por aumentar de forma fácil o tamanho da amostra, acrescentar a dimensão temporal aos dados e permitir melhor visualização das relações entre as variáveis ao longo de um período e acomodar heterogeneidade, permitindo variáveis específicas para cada unidade cross-section inserida no modelo. Foram realizadas estimativas usando efeitos fixos e efeitos variáveis.  Os dados utilizados foram extraídos do IPEADATA e são as proporções, para todos os estados nordestinos, de domicílios pobres e extremamente pobres, índice de Gini, taxa de desemprego, grau de informalidade e número de anos de estudo, além dos logaritmos desses fatores. Nos modelos que foram testados conclui-se que as variáveis explicativas dos testes para a proporção de domicílios extremamente pobres nos estados do Nordeste perderam significância em comparação com os testes para proporção de domicílios pobres. Esse resultado nos dá sinais da abrangência da questão da pobreza no Nordeste e as dificuldades em colocá-la num único modelo. Nos testes realizados, as variáveis explicativas logaritmo do coeficiente de Gini e logaritmo dos anos de estudo tiveram um alto poder explicativo A variável anos de estudo foi considerada em todos os modelos testados como fator significante e tem uma relação inversa com a proporção de domicílios pobres, o que valida a importância da condicionalidade vinculada à educação do Bolsa Família. Nos modelos testados, a variável explicativa logaritmo do coeficiente de Gini possui um sinal positivo e mostrou-se significativa para explicar a proporção de domicílios pobres e extremamente pobres, apontando que a alta concentração de renda na região tem forte influência sobre a pobreza. O desemprego e o grau de informalidade, apesar de não se mostrarem significativos em todos modelos, mostram que a pobreza tem relações não abrangidas pelas condicionalidades e efeitos imediatos do Programa Bolsa Família.Palavras-chave: Bolsa Família, programas de transferência de renda, educaçã

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