Atrás do pensamento: a escrita sem logos de Objeto gritante e Água viva, de Clarice Lispector

Abstract

The work Água viva, originally called Objeto gritante, was thoroughly modified until its final version was published. Clarice’s concern with language, however, remains, and there appears to be in the description of an unnamed “behind the thought” a critique of logocentrism. Thus, the present article seeks to analyze what in the work seems to allude to a way of thinking about life, language, and animal beings that escapes from the rationalization principle and gives a new meaning to the term “animality”. Based on issues of the animal raised by Derrida (2006), the concept of perspectivism given by Viveiros de Castro (1996) and the analyses of the writer’s work made by Sammer (2020) and Roncador (2002), the article will also analyze what in Clarice’s writing seems to glimpse at a particular relationship between wo- men and animals, passing also through the concept of écriture féminine as coined by Helène Cixous (1976).A obra Água viva, originalmente chamada de Objeto gritante, foi muitas vezes modificada até sua definitiva versão ser publicada. A preocupação de Clarice com a linguagem, no entanto, se mantém, haver na descrição de um “atrás do pensamento” não-nomeado uma crítica ao logocentrismo. Dessa forma, o presente artigo busca analisar o que na obra parece aludir a uma forma de pensar a vida, a linguagem e os seres animais que foge do princípio de racionalização e dá um novo sentido ao termo “animalidade”. A partir de questões do animal levantadas por Derrida (2006), o conceito de perspectivismo dado por Viveiros de Castro (1996) e as análises da obra da escritora feitas por Sammer (2020) e Roncador (2002), o artigo também analisará o que na escrita de Clarice parece entrever uma relação particular entre mulheres e animais, passando também pelo conceito de écriture féminine tal como cunhado por Helène Cixous (1976)

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