Estudos mostram que polinizadores que vivem nas florestas vizinhas usam os espaços verdes das cidades como locais de abrigo e / ou forrageamento, transformando os centros urbanos em importantes corredores ecológicos. O arboreto do Jardim Botânico do Rio de Janeiro é rico em espécies de plantas cultivadas em canteiros e estufas e se localiza próximo à Floresta da Tijuca, a maior floresta urbana do mundo. O objetivo do estudo foi realizar uma avaliação preliminar no sentido de apurar se o arboreto do JBRJ tem o potencial de atuar como refúgio para os polinizadores urbanos. Dessa forma, entre agosto de 2015 e agosto de 2016, selecionamos no banco de dados oficial do JBRJ (JABOT) representantes de 157 espécies vegetais distribuídas em 51 famílias. Por meio de caminhadas realizadas semanalmente registramos a fenologia de floração desses indivíduos, anotamos os principais recursos florais oferecidos e os atrativos. Através de buscas na literatura científica elencamos os principais polinizadores desses táxons. Os dados climatológicos foram obtidos no INMET. Os resultados mostraram que outubro foi o mês de percentual mais alto de espécies floridas, seguido dos meses de agosto e dezembro. 79,6% das espécies ofertaram pólen + néctar aos visitantes; 17,8% das espécies ofertaram exclusivamente pólen, 1,3% ofertaram pólen + óleo; 0,6% pólen + resina e 0,6% ofertaram néctar. A maioria das flores apresentou odor. As cores mais comuns registradas foram o amarelo, branco, rosa e o vermelho. O grupo de polinizadores predominante revelado nas buscas bibliográficas foi o das abelhas. À luz desses resultados assumimos que as espécies apresentaram recursos essenciais para atrair e atender diferentes grupos funcionais de polinizadores e, desta forma, qualificar o arboreto como refúgio urbano desses agentes