Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
Abstract
The human body, throughout history, has been the object of study of several areas of health sciences, which present discourses about its use and way of existing. This study comes from an excerpt from a master’s thesis that aimed to understand the body view for physical therapy professionals. The critical phenomenological method was used with the triggering question: “tell me what body is for you.” The study had the theoretical perspective of Merleau-Ponty’s phenomenology. Some professionals described a perception of body focused on physical and biological aspects, contemplating this object at times as structure, at times as a means of locomotion, or even as a machine that serves as a shelter for different stages of life. Others considered the body as a whole, that is, from an integrality that goes beyond the mechanistic notion. However, when faced in the practice with aspects outside this model, professionals find it difficult to deal with this, due to an academic training that does not consider divergent ways of understanding the body. The need for a greater discussion of the concept of body in physical therapy is emphasized, especially on those aspects linked to notions that go beyond the biologizing normativity.O corpo humano, no decorrer da história, foi objeto de estudo de diversas áreas da saúde, que apresentam discursos sobre o seu uso e forma de existir. Este artigo surgiu de um recorte de uma dissertação de mestrado que teve como objetivo compreender a visão de corpo para os profissionais de fisioterapia. Foi utilizado o método fenomenológico crítico por meio do pedido disparador “me fale o que é corpo para você”. O estudo se apoiou na perspectiva teórica e fenomenológica de Merleau-Ponty. Alguns profissionais descreveram uma percepção sobre corpo voltada aos aspectos físicos e biológicos, contemplando esse objeto ora como estrutura, ora como meio de locomoção, ou mesmo como máquina que serve de abrigo para diferentes fases da vida. Outros consideraram o corpo como um todo, a partir de uma integralidade além da noção mecanicista. Contudo, ao se depararem na prática com ideias que fogem ao modelo mecanicista, os profissionais encontraram dificuldade devido a uma formação acadêmica que não considera modos divergentes de entender o corpo. Ressalta-se a necessidade de uma maior discussão do conceito de corpo na fisioterapia, principalmente sobre os aspectos ligados a noções que ultrapassem a normatividade biologizante