La piccolezza dei corpicelli: O conceito de doença epidêmica e contagiosa segundo Estêvão Rodrigues de Castro

Abstract

In the early seventeenth century, the Portuguese physician Estêvão Rodrigues de Castro (1559-1638) proposed an innovative understanding of epidemic and contagious diseases based upon a brand new philosophy of nature. His conception of those morbid manifestations was strictly connected with his theory of the composition of things. In the book De meteoris microcosmi (1621), Estevão Rodrigues launched the principles on which he established his entire medical theory and practice, demonstrating that, in the early-modern period, philosophy was a propaedeutic discipline to medical thought. His theory consists by and large of a synthesis of pneumatic and atomist philosophies. Those principles were expanded in the books Compendio (1630) and Il curioso (1631), written and published at the same time of the outbreak of a plague in northern Italy, in 1630-33, with the purpose of defining what should be conceived as a universal disease (i.e. epidemic). His theory was considered an alternative to the one suggested, few decades earlier, by Girolamo Fracastoro in his De contagione (1546). Although influenced by many elements of Lucretian philosophy, Fracastoro’s proposal explained the mechanism of contagion through the use of an Empedoclean notion of sympathy.Keywords: medical thought, theories of diseases, early-modern medicine.No século XVII, o médico português Estêvão Rodrigues de Castro (1559-1638) formulou uma inovadora interpretação acerca da natureza e da causa das doenças epidêmicas e contagiosas baseando-se numa nova filosofia da natureza. O modo como concebia essas manifestações morbosas estava estreitamente conectado com o modo como ele concebia a natureza da matéria. Em 1621, no livro De meteoris microcosmi, Castro formulou uma nova teoria da matéria que alteraria todos os pressupostos usados na medicina clássica, ilustrando como, na época moderna, o conhecimento filosófico era um saber propedêutico ao saber médico. Sua teoria consistiu num amálgama de noções pneumáticas e atomistas. Em 1630 e 1631, nos livros Compendio e Il curioso, publicados durante o surto pestilencial que atingiu Florença entre os anos 1630-1633, Castro nos mostra como, pela alteração de sua filosofia da matéria, ele altera a sua concepção de doença epidêmica e contagiosa propondo uma nova teoria dos males universais. Sua nova teoria aparece então como uma alternativa àquela proposta por Girolamo Fracastoro em 1546 na sua obra De contagione e em voga nas cidades europeias. Apesar de se basear no pensamento atomista, a teoria fracastoriana ainda se fixava extensamente em noções empedocleanas acerca da matéria, matriz essa também empregada na filosofia de base aristotélica.Palavras-chave: pensamento médico, teorias das doenças, medicina na época moderna

    Similar works