É possível derivar dever ser de ser?

Abstract

Este artigo tem como objetivo principal discutir a chamada Lei de Hume e algumas tentativas de derivação de ‘dever ser’ de ‘ser’. A Lei de Hume, como conhecida na tradição, é a tese que sustenta não ser possível inferir quaisquer conclusões práticas (normativas) de premissas puramente teóricas (factuais). Conforme a interpretação standard da Lei de Hume, existe uma barreira inferencial separando fato de valor. Não obstante, vários filósofos, como John Searle e Max Black, apresentaram contraexemplos com intuito de mostrar que essa interpretação é errada e que é possível, em certos contextos, alcançar conclusões práticas de premissas teóricas. Minha proposta central é criticar os principais argumentos de Searle e Black, em especial, procurando mostrar que eles não são suficientes para invalidar a Lei de Hume. Além disso, sugiro que, embora conclusões práticas não possam ser alcançadas a partir de premissas factuais, elas podem ser alcançadas a partir de premissas mistas

    Similar works