O presente trabalho tem por objetivo analisar a implantação das Orientações Curriculares para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, presentes no referencial curricular para a educação infantil do município de São Paulo, Brasil, sob a perspectiva dos direitos humanos e do multiculturalismo crítico, repensando, não apenas a formação e a prática docente em sala, mas, também, refletindo sobre a questão da mudança epistemológica e política no que se refere ao trato da questão étnico-racial na escola infantil e na teoria educacional proporcionada pela introdução obrigatória deste currículo. Articulando a discussão em torno desses aspectos, autores como McLaren (1997), Cavalleiro (1998), Gomes (1990, 2012), Silva (2000), Pansini & Nenevé (2008) e Monteiro (2010) argumentam que uma formação multiculturalmente orientada deve ser o resultado da combinação das dimensões pedagógica, política e cultural, de modo que se possa criar condições e instrumentos que permitam aos futuros educadores atuarem como profissionais reflexivos e comprometidos em romper com as práticas monoculturais, presentes no cotidiano escolar. Desta forma, este trabalho faz uma breve análise sobre as legislações que amparam a educação na miragem das relações étnico-raciais; apresentando como o multiculturalismo crítico e os direitos humanos podem ser mecanismos de reflexão e descolonização dos currículos para a educação infantil num movimento dinâmico que englobe tanto ações coletivas quanto movimentos sociais ao campo educacional