O QUE DEUS UNIU, O HOMEM NÃO SEPARE, MAS E QUANDO DOIS HOMENS SE UNEM? A (HOMO)SEXUALIDADE EM ROMA E OS EFEITOS DE SENTIDO (IM)POSSÍVEIS

Abstract

O presente trabalho de cunho qualitativo e natureza bibliográfica objetivaanalisar o funcionamento do discurso religioso sobre o casamento homoafetivo,especificamente a partir da posição-sujeito Papa, autoridade maior da igreja católica.Tomamos como corpus o discurso do atual pontífice materializado em duas entrevistas,nas quais é tratada a questão do casamento homoafetivo. Em nossa sociedade, omatrimônio possui dimensões religiosa e civil. Enquanto um dos rituais religiosos, ele éfrequentemente considerado a partir da união entre dois sujeitos (de sexos opostos) quebuscam, perante a sociedade, oficializar sua relação conjugal, legitimar orelacionamento sexual e constituir um núcleo familiar. O casamento (civil), por sua vez,é visto como um contrato social, que garante alguns direitos (jurídicos, econômicos etc.)aos envolvidos. O discurso religioso (cristão) muitas vezes aparece materializado emenunciados contrários à união matrimonial entre pessoas do mesmo sexo, por defenderque tal relação fecha o ciclo da vida. Por ser um assunto polêmico, muitas vezes, éevitado por líderes religiosos, noutras são reiterados, por tais sujeitos, posicionamentoscalcados nos tradicionais escritos da igreja. Desse modo, pretendemos analisar osefeitos de sentido discursivizados em ambos os textos, atentando-nos para a relaçãocontraditória entre sentidos institucionais, econômicos e jurídicos que perpassam odiscurso religioso. No diz respeito à fundamentação teórica, este artigo tem por base osprincípios da Análise do Discurso francesa, principalmente os postulados de MichelPêcheux (1997) e Eni Orlandi (2001a, 2001b, 2002 e 2010)

    Similar works