TRAJETÓRIAS DE TRABALHADORAS/ESTUDANTES: TEMPO DE TRABALHO, DE ESCOLA E DE CUIDADOS

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo investigar como trabalhadoras/estudantes organizam o tempo entre o trabalho remunerado, a escola e os cuidados com os familiares e afazeres domésticos. A coleta de informações se deu principalmente por meio dos relatos de sete mulheres trabalhadoras e estudantes que no momento das entrevistas resgataram suas memórias, delineando as categorias de análise, revelando a condição de subalternidade e de interiorização das mulheres nos espaços públicos e privados. As mulheres pesquisadas revelaram que, na sociedade capitalista, altamente embasada por questões de raça/sexo/etnia/gênero e classe e reforçada pelo patriarcado, elas são as mais exploradas e que ocupam os trabalhos mais precarizados e ainda são as principais responsáveis pelos cuidados com os filhos e afazeres domésticos. Segundo dados levantados, elas gastam em média setenta e cinco minutos a mais por dia que os homens nas atividades domésticas, sendo que este número é o dobro em se tratando de mulheres com filhos. Nos relatos das pesquisadas, desde a infância até a vida adulta, a relação com os cuidados é muito forte, reforçando que a condição das mulheres na sociedade capitalista está embasada numa construção do “ser mulher” e de como esta construção pode interferir no tempo destinado à escolarização. Em todas as entrevistas os cuidados, seja dos próprios filhos ou de outrem, bem como o trabalho remunerado, estão diretamente relacionados com os percursos escolares, ou seja, a escola foi sempre deixada em segundo plano

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