Este artigo possui como objetivo analisar as possibilidades de uso das metodologias micro-história, de Carlo Ginzburg e Giovanni Levi, a arqueologia e genealogia de Michel Foucault, e a interseccionalidade, inicialmente formulada por Kimberlé Crenshaw. Buscou-se atrelar os usos dos métodos ao objeto de estudo proposto: a história de vida de mulheres ativistas por direitos humanos na Amazônia paraense, bem como explicitar as proximidades e afastamentos dos métodos utilizados. Assim, percebeu-se como aproximação entre as metodologias um olhar problematizador frente a história oficial, bem como a procura por romper com universalismos que expressam diversas formas de opressão ligados a gênero, raça e classe. Como afastamentos, notou-se um olhar crítico da interseccionalidade referente à dependência epistêmica europeia e norte-americana, mas que não exclui a possibilidade de uso e conexão destas epistemologias. Conclui-se que nenhuma metodologia é suficiente para analisar todas as nuances de uma pesquisa, mas que representam um caminho, sendo possível a análise da complexidade do objeto, na interseção destas metodologias