Recensão crítica da obra de Gonzalo F. Fernández Suarez &amp; Maria Dolores Fernandez Tilve (Coord), La gestion cultural en la era digital.
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Noutel, Alcínia

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Universidade Lusófona: Revistas científico-culturais

215Revista Lusófona de Educação, 55, 215-218doi: 10.24140/issn.1645-7250.rle55.14Gonzalo F. Fernández Suarez &  Mª Dolores Fernández Tilve (Coord.) (2022). La gestión cultural en la era digital McGraw Hill, 322 ppA gestão cultural constitui um domínio em franco desenvolvimento. A rapidez e complexidade que marcam o tempo atual afeta o domínio cultural. Neste entendi-mento, a gestão cultural exige formação de profissionais especializados. Assim, num tempo de globalização e multiculturalidade, tal formação requer, das instituições for-mativas, a organização de planos de estudo naquela área. A tecnologia digital torna-se numa ferramenta fulcral na disseminação da produção cultural. A pluralidade temática tecida em torno de uma área inovadora convida a reflexões, experiências e desafios.A obra conta com dezoito capítulos da autoria de vinte e sete autores. O primeiro capítulo, Os códigos deontológicos de la Gestión Cultural en Espanha y Francia: la formación  de una una profissión, o seu autor, Rafael Cejudo –Córdova, tece consi-derações em torno da gestão cultural como área partilhada. Oferece uma análise de códigos deontológicos em Espanha e França, ressaltando a ausência de requisitos específicos para a legitimação da formação para o exercício profissional. La Reativación sustenible del património cultural: discursos, poder y transforma-ción social, é capítulo segundo, por Joaquin Manuel Revert-Roldan. O autor salienta o impacto negativo que produtos colocados no mercado produzem no tecido social, levando a comportamentos de violência. A este propósito, realça a importância da dimensão ética na gestão cultural. Sublinha ainda a pertinência da construção de um discurso e um novo modelo de gestão para o desenvolvimento humano sustentável. Toma em consideração a Agenda 2030 das Nações Unidas, valorizando a promoção de estratégias de cooperação funcional. No capítulo três, subordinado ao tema Econo-mia de la cultura para la gestión cultural: de las politicas de innovación, de Paul Rausell Koster e Tony Ramos-Murphy, seus autores, realizam uma análise documental das políticas culturais disponíveis na Unesco e conferências internacionais no contexto eu-ropeu, apoiando-se numa abordagem quantitativa. Sublinham que o modelo atual está fragilizado por várias crises de natureza socioeconómica. A complexidade que envolve a gestão cultural e as políticas culturais, pautadas pela centralização, geram desafios para a gestão cultural. Os autores sustentam a emergência da revisão das políticas culturais na Europa. Destacam que a intensidade de atividades culturais e criativas nas comunidades /territórios produz efeitos multiplicadores ao nível economico e social .La gestión cultural en el espácio europeu de educación superior: estado de la ques-tión, constitui a temática do quarto capítulo da obra. Os autores, Gonzalo Francisco Fernández –Suarez, Mª Dolores Fernández Tilve e Juan José Varela- Tembra, tecem um conjunto de considerações sobre o papel da universidade na formação especializada na área da gestão cultural, analisando esta no contexto das organizações políticas 216 Revista Lusófona de Educação, 55, 2022Revista Lusófona de Educaçãointernacionais. Apresentam um estudo exploratório sobre Planos de Formação dentro do Espaço Europeu de Educação Superior, com o objetivo de avaliar a incidência da formação em gestão cultural nos planos de estudo nos estabelecimentos do ensino superior, em Portugal, Espanha, França e Itália.  O estudo aponta para um leque de for-mação sugestiva de uma evolução positiva. Sublinha-se que, nos planos de formação, é pertinente cuidar da coerência interna nos conteúdos de natureza multidisciplinar. La Formacion infinita: límites y riesgos de la multidisciplinariedade en los posgrados de Gestión Cultural de América Latina, é título do quinto capítulo da obra, apresentado por Héctor Schargorodsky. Traça como objetivo do estudo refletir sobre o conceito de gestão cultural e a sua aproximação aos conceitos de animação cultural ou socio-cultural, promoção cultural, dinamização cultural e outros. Oferece, como reflexão, a acuidade sobre a delimitação possível do conceito de gestão cultural, a partir da oferta pelas universidades. Para o efeito, aponta as características da oferta de formação da pós-graduação e suas necessidades nos países da América Latina. O estudo, apoiado em análise documental, defende que a gestão cultural é uma profissão autónoma no campo da cultura. Destaca a importância da organização dos conteúdos no âmbito da formação sublinhando a importância da sua natureza interdisciplinar. Formación en gestión  cultural en Ásia oriental, matéria do sexto capítulo, por Chuan LI, Jing Wang e Mio Yachita. Apontam uma revisão dos contextos e modelos de programas de forma-ção no Japão e na China. Neste entendimento, oferecem dois estudos exploratórios sobre modelos de formação distinguindo as caraterísticas de cada um deles. De real-çar as suas propriedades e significado nos respetivos países asiáticos. Conocimiento Distribuido y aprendizages expandidos: una perspectiva ecológica constitui a temática do sétimo capítulo. Os autores, Mercedes Gonzalez -Sanmamed, Iris Estévez e Alba Souto-Seijo, convidam a refletir sobre as virtudes do modelo assente na aprendizagem individualizada associada à teoria da conetividade. As suas características sugerem um novo olhar sobre um conjunto de fatores que acompanham o modelo. Ainda, a aplica-ção do método de Delphi às suas componentes, permite refletir sobre as potencialida-des da Ecologia da Aprendizagem. Videojuegos y cultura, capítulo oitavo, da autoria de Remédios Martinez-Verdú, debruça-se sobre a importância dos videojogos como uma das indústrias culturais com mais vigor económico a nível mundial. O estudo pretende esclarecer, de uma forma crítica, o papel e a natureza dos videojogos na era digital. Conclui o estudo os efeitos prejudiciais dos videojogos no estímulo a comportamentos de violência e isolamento social. Porém, poderão ser uma mais-valia quando conce-bidos com fins pedagógicos e terapêuticos e outros. Dominacón y homogeneización cultural en la era de las redes sociales, por Cristina Fernández-Rovira e Ricardo Carniel -Bugs, é tema do nono capítulo. Os autores tecem considerações em torno da utili-zação das redes sociais como espaço comunicacional privilegiado na era digital. Diri-gem a atenção sobre as dinâmicas de dominação, uniformização e homogeneização Revista Lusófona de EducaçãoRecensões217cultural na atualidade, sublinhando que a dominação satisfatória da Internet encontra justificação no poder económico e nas dinâmicas comerciais associadas ao consumo, bem como no marketing que lhe está associado. La Construcción cultural y territorial desde las industrias culturales. O caso particular da Galiza, décimo capítulo da obra, de Xosé Paulo Rodriguez – Dominguez, incide sobre a análise das artes cénicas como expressão cultural naquele território. Tece considerações sobre presença e incidência das redes no sistema galego, com apoio de municípios e associações. Sustenta, ain-da, que as expressões cénicas devem fazer parte da agenda política para as indústrias culturais. A este propósito, identifica fragilidades quer na divulgação de eventos, quer em apoios de varia ordem. O décimo capítulo é subordinado ao tema El Xacobeo en Tiempos de Pandemia: Retos y Propuestas. A autora, Carreira-López, interroga se os efeitos da pandemia COVID-19 constituem desafios, configurando resiliência urbana, social e comunitária, ou se, ao contrário, anula o conjunto de motivações latentes e expressas em manifestações culturais como o é, também, o Caminho de Santiago. A opção metodológica recai sobre um estudo de caso- o Barrio de A Ponte, S.Lazaro, Lugo. O estudo evidencia resiliência social e urbana perante a COVID-19. A temática em torno do Marketing digital: quatro parcelas inexcusables para su gestión, apresen-tada por José Xisto-Garcia, constitui o décimo segundo capítulo da obra. O estudo centra-se na importância que reveste o Marketing digital na atualidade e na gestão cultural. Ressalta a importância fulcral das redes na disseminação cultural. No capítulo treze, David Coll-Bailador oferece um trabalho em torno do tema La “Tokenización de la Cultura. Aborda o seu impacto económico e social e volumes de venda. Salienta as virtudes desta inovação na gestão cultural no campo da educação e quadro do desen-volvimento socioeconómico e cultural. Nerea Rojas- Mendieta convoca-nos para re-flexões em torno da seguinte problematização: Empreender, por amor à Arte? décimo quarto capítulo desta obra. Expõe sobre as ferramentas digitais em várias experiên-cias, designadamente, na Comunidade Autónoma país Basco. A autora sustenta haver complementaridade entre a criação artística e o empreendimento. O estudo valoriza a utilização das ferramentas digitais  em domínios da gestão cultural para o desenvol-vimento inovador. Género Y Cultura Inclusiva, constitui a temática do décimo quinto capítulo, da autora Encarnación Lago-Gonzalez. O estudo debruça-se sobre a proble-mática da inclusão no contexto específico dos museus. Discorre sobre a moldura legal respeitante á inclusão, desigualdade de género e suas consequências sociais. Aponta a importância crescente da cooperação através das redes, das instituições, da forma-ção na área da gestão cultural e do desenvolvimento de estratégias em favor de uma cultura de inclusão. Em décimo sexto lugar, Educación Patrimonial: aproximando los elementos culturales de cidadania, por Saul Lázaro –Ortiz, debruça-se sobre o papel da internet na divulgação  da cultura e a sua interação com o tecido social. Sublinha a importância que reveste o binómio gestão cultural e património cultural.Salienta a 218 Revista Lusófona de Educação, 55, 2022Revista Lusófona de Educaçãoimportância da formação no âmbito do património cultural e pertinência da atualização das ferramentas tecnológicas para o efeito. Educar, Comunicar, Deleitar: La Exposición como Proyeto Cultural, de António Cepeda-Fandiño, é décimo sétimo capítulo do livro. O estudo centra-se nas características das exposições culturais realizadas em diver-sos espaços institucionais. Tece considerações em torno dos detalhes da organiza-ção, valoriza a avaliação como momento de reflexão crítica na identificação de pontos frágeis. Unas Políticas Culturales par Nuevas Agendas, de Alfons Martinell-Sempre, é o décimo oitavo da obra. São objeto de estudo os equilíbrios entre os discursos po-líticos, globalização e políticas culturais. Salienta-se a importância de respostas ajus-tadas a uma agenda atual da cultura, de projetos ajustados aos contextos sociais, de recursos financeiros e da cooperação com instituições profissionais.Os avanços em qualquer domínio resultam, em geral, de um conjunto de fatores: motivação, experiências, desafios, incentivos e sinergias. Disto é exemplo a obra em apreço. De facto, sob um denominador comum – La gestión cultural en la era dixital, emerge uma diversidade de contributos pertinentes e originais. Tal, reforça a sua im-portância na atualidade, pelo que se recomenda vivamente a sua leitura.Alcínia NoutelEmail: noutelcarvalho@hotmail.com Orcid: 0000-0001-9958-6432 

La gestión cultural en la era digital

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