Inovação em serviço social: potencialidades e limites do empreendedorismo (social) como estratégia de integração social

Abstract

A presente investigação problematiza e reflete as implicações da incorporação da retórica empreendedora nas políticas sociais com a pretensão de contribuir para a apreensão da relação Serviço Social-Empreendedorismo na (re)descoberta e desenvolvimento de potencialidades da população, e de como tal ligação coopera para a (re)construção de orientações teórico-práticas para a profissão. Orientados por um raciocínio abdutivo seguimos uma metodologia mista que compreende dados: quantitativos, através da aplicação de inquérito por questionário a participantes de programas de formação de empreendedorismo, e qualitativos, por via da análise documental, da realização de grupos focais - a assistentes sociais, académicos e interventores – e entrevistas semiestruturadas - a (potenciais) empreendedores e a gestores ligados a projetos de empreendedorismo. Os resultados permitiram compreender a efetivação da atividade empreendedora e as representações dos sujeitos sobre o respetivo acesso, operacionalização e adequação. Explorou-se também o posicionamento do Serviço Social em torno desta atividade, permitindo-nos reconhecer potencialidades e constrangimentos na efetivação de uma maior proximidade entre os dois campos. Propõem-se três domínios de implicação do empreendedorismo social para o Serviço Social: (i) na prática profissional, demonstrando a necessidade e o potencial do espírito intraempreendedor nas organizações profissionais; (ii) na dimensão política, numa lógica de "policy practice", demonstrando os reais efeitos das (novas) orientações políticas; (iii) na formação e produção de conhecimento, propondo uma (re)formulação do currículo académico com a introdução do empreendedorismo (social) em módulos académicos e práticas pedagógicas, que promovam a atitude proactiva dos alunos, a capacidade de inovação, e a capacidade de potencializar recursos capazes de gerar valor social.The present research problematizes and reflects the implications of incorporating entrepreneurial rhetoric in social policies with the aim of contributing to the apprehension of the Social Work-Entrepreneurship relationship in the (re)discovery and development of population potentialities, and how such a connection cooperates for the (re)construction of theoretical-practical guidelines for the profession. Guided by an abductive reasoning, we follow a mixed methodology that includes data: quantitative, through the application of a questionnaire survey to participants in entrepreneurship training programs, and qualitative, through documentary analysis, of the realization of focus groups - to academic social workers and interventors - and semi-structured interviews - to (potential) entrepreneurs and managers linked to entrepreneurship projects. The results allowed to understand the effectiveness of the entrepreneurial activity and the representations of the subjects about the respective access, operationalization and adequacy. We also explored the positioning of Social Work around this activity, allowing us to recognize potentialities and constraints in the accomplishment of a closer proximity between the two fields. Three areas of social entrepreneurship are proposed for Social Work: (i) in professional practice, demonstrating the need and potential of the intrapreneur spirit in professional organizations; (ii) in the policy dimension, in a policy practice logic, demonstrating the real effects of (new) policy orientations; (iii) in the formation and production of knowledge, proposing a (re)formulation of the academic curriculum with the introduction of (social) entrepreneurship in academic modules and pedagogical practices that promote students' proactive attitude, capacity for innovation, and capacity resources that can generate social value

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