Os novos media na revolução egípcia de 2011: um passo em frente na apropriação social das novas culturas de rede

Abstract

Em 2011 a rebelião política e social reemergiu nas ruas um pouco por todo o mundo, com efeitos profundos na região árabe. Em Janeiro desse ano, o governo tunisino caiu após semanas de protestos, seguindo-se, da mesma forma, protestos anti-governo no Egito, levando igualmente à renúncia do seu presidente. Estas agitações surgiram em novos formatos e novos nomes lhe foram dados: Primavera Árabe, Facebook Revolution. O presente artigo contextualiza a transformação do paradigma da comunicação, na qual as culturas de pertença em rede e a necessidade crescente da criação de novos canais comunicacionais são fatoreschave, e com isto apresenta as novas evidências empíricas, oferecidas pelas recentes ondas de protesto, do impacto que podem ter as interações online e a troca de informação na formulação de novas políticas. Foca-se na revolução do Egito de 2011, enquanto caso exemplar da conjugação das novas ferramentas de comunicação com o contexto de indignação e revolta, pelo que são analisados o panorama mediático egípcio e o contexto social, histórico e político que levaram aos protestos e à revolução. Argumenta-se sobre o papel fundamental dos media sociais1 para o sucesso dos protestos anti-governo, constituindose como um importante recurso para a mobilização coletiva e para a organização de movimentos sociais contemporâneos. A Internet criou uma nova interface entre a política e a ação coletiva, abrindo novos canais para a coordenação e mobilização social, pelo que será de maior importância estas temáticas serem de excelência para futuras pesquisas, numa era que é digital e numa sociedade que funciona em rede.In 2011 the political and social rebellion re-emerged on the streets all over the world, with profound effects on the Arab region. In January 2011, the Tunisian government stepped down after weeks of protests, followed in the same way, by the anti-government protests in Egypt, leading also to the resignation of its president. These upheavals have emerged in new forms and new names were given to it: Arab Spring, Facebook Revolution. This article analyzes the transformation of the communication paradigm in which the cultures of network belonging and the increasing need of creating new communication channels are key factors, presenting new empirical evidences, offered by the recent waves of protest, of the impact that online interactions and exchange of information can have in formulating new policies. It focuses on the Egyptian revolution of 2011, while an exemplary case of the combination of new communication tools with the context of indignation and outrage. It analyzes the Egyptian media landscape and the social, historical and political context that led do the protests and to the revolution. It argues about the role of social media in the success of antigovernment protests, as an important resource for collective mobilization and the organization of contemporary social movements. The internet has created a new interface between politics and collective action, opening new channels for coordination and social mobilization, and it will be of greater importance the existence of future research on these topics, in an era that is digital and in a network society

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