Finanças públicas e política colonial: a estrutura oculta (1950-1974)

Abstract

Embora exista a convicção de que os orçamentos de São Tomé e Príncipe, entre 1928 e 1973, teriam sido executados no estrito respeito do equilíbrio entre receitas e despesas e, portanto, que um dos sucessos da governação colonial teria consistido na gestão saudável e sustentada das finanças públicas, uma pesquisa aprofundada dos fluxos financeiros que tornaram possível a administração colonial de São Tomé e Príncipe após a Segunda Guerra Mundial revela que, paradoxalmente, as contas do arquipélago não registam a totalidade dos meios financeiros consumidos pelos poderes públicos. Ora, a correção das contas do arquipélago em função de fluxos que não foram registados nas contas oficias expõe a existência de uma estrutura financeira radicalmente distinta da propagandeada pelas autoridades coloniais.In spite of the assumption that the Sao Tome and Principe budgets, between 1928 and 1973, would have been executed strictly respecting the expenditure and revenue balance and, therefore, that the colonial government success would have lain upon the public finances sane and sustainable management, a thorough research of the financial flows which enabled Sao Tome and Principe’s colonial administration after World War Two reveals that, paradoxically, the archipelago’s accounts do not register the total amount of the financial resources consumed by the colonial administration. Actually, the correction of the archipelago’s accounting records as determined by the flows not registered in the official accounts exposes the existence of a financial structure completely distinct from that propagandized by the colonial authorities

    Similar works