Instituto de Geociências /Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Abstract
Crato Formation, NE Brazil, consists of laminated limestones deposited in a lacustrine environment during the Early Cretaceous. The Nova Olinda Member, the lowest unit of the Crato Formation, is world-famous for their exceptionally well-preserved fossils. The Nova Olinda limestones have been economically exploited for centuries. Today, this commercial excavation still represents the main economic activity in the region. During the mining process, the quarry workers have developed an informal stratigraphic code to individualize the different beds in the quarries. Upward, the local workers recognize the succession as “lajão dos sete cortes”, “matracão", “lajão branco", “pão de milho”, “veio da paiba”, "veio doidão”, “lajão amarelo” and “veio do besouro”. Here, we used principles of ethnostratigraphy to verify the origin and validity of these informal stratigraphic nomenclatures by classifying them as ethnostra. For this, we applied a detailed petrographical analysis with thin sections and high-resolution X-ray techniques to characterize each ethnostratum. Our results suggest possible linkages between informal and formal stratigraphic nomenclatures in Nova Olinda Member. Finally, this study showed that ethnostratigraphy can be applied as an auxiliary tool in stratigraphic studies, in both, as an initial exploratory approach and as enhancing the relationship between the geologists and the local community.A Formação Crato, NE do Brasil, consiste em calcários laminados depositados em um ambiente lacustre durante o Cretáceo Inferior. O Membro Nova Olinda, unidade mais basal da Formação Crato, é mundialmente famoso por seus fósseis extremamente bem preservados. Os calcários de Nova Olinda têm sido economicamente explorados há séculos. Atualmente, essa escavação comercial ainda representa a principal atividade econômica da região. Durante o processo de mineração, os mineiros empregam uma nomenclatura estratigráfica informal para individualizar as diferentes camadas das pedreiras. Os trabalhadores locais reconhecem a sucessão como “lajão dos sete cortes”, “matracão", “lajão branco", “pão de milho”, “veio da paiba”, "veio doidão”, “lajão amarelo” e “veio do besouro”. Neste trabalho, nós utilizamos princípios da etnoestratigrafia para verificar a origem e a validação das nomenclaturas estratigráficas informais, as classificando como etnoestratos. Para isso, aplicamos análises petrográficas em seções delgadas e técnicas de raios x de alta resolução para caracterizar cada etnoestrato. Os resultados sugerem possíveis links entre as nomenclaturas estratigráficas informais e formais no Membro Nova Olinda. Finalmente, esseestudo demonstra que a etnoestratigrafia pode ser utilizada como uma ferramenta auxiliar em estudos estratigráficos, atuando tanto como uma abordagem exploratória inicial como realçando a relação entre geólogos e a comunidade local