Esteroides antitumorais: desenvolvimento e avaliação biológica de esteroides estrogénicos potencialmente úteis no tratamento do cancro da mama

Abstract

Os cancros da mama e da próstata são das patologias mais prevalentes na sociedade atual, tendo elevado impacto social e económico. Assim, o desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficientes e seguras neste contexto é de elevado interesse e tem estimulado investigadores em todo o mundo a desenvolver novos compostos capazes de combater estas patologias. Uma vez que grande parte destes tipos de tumores é, pelo menos numa fase inicial, dependente de hormonas esteroides para se desenvolver, as estratégias de descoberta de novas moléculas para os tratar passam frequentemente por preparar compostos esteroides análogos das hormonas endógenas que possam bloquear o crescimento tumoral, por antagonismo dos seus receptores ou por inibição da biossíntese dessas hormonas endógenas. Assim, o objectivo deste trabalho foi o desenvolvimento de esteroides da série estrano, potencialmente úteis no tratamento de tumores hormono-dependentes da mama e da próstata. Para isso, foram sintetizados, principalmente através de reacções de oxidação, e caracterizados estruturalmente por IV e RMN vários derivados esteroides da série estrano, análogos do estradiol e da estrona, e foi efectuada a avaliação da sua ação antiproliferativa em células MCF-7 e LNCaP através do ensaio MTT. Adicionalmente também foram estudados os efeitos destes compostos em células NHDF, saudáveis, para aferir a sua toxicidade selectiva perante as células tumorais. Os resultados obtidos mostraram que alguns compostos tinham ações antiproliferativas interessantes, potencialmente exploráveis, especialmente nas células LNCaP. Adicionalmente evidenciou-se, entre outros aspectos, que a introdução de um grupo 9α-OH ao esqueleto da estrona teve diferentes tipos de implicações na proliferação das células estudadas, que a introdução de uma dupla ligação em C9=C11 e de uma lactona no anel D (17a-oxa-D-homoderivados) parecem não ter efeito muito relevante nas ações antiproliferativas, e que nas células LNCaP, exceptuando para os derivados D-homo, a ação antiproliferativa mais marcada está associada à presença de grupos OH em C3 ou em C9

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