Cardiomioplastia: estudo clínico de 26 pacientes em 6 anos

Abstract

A cardiomioplastia dinâmica tem sido indicada na reparaçao de lesoes da parede ventricular ou no tratamento da cardiomiopatia isquêmica, da insuficiência miocárdica por doenças parasitárias como a chagásica e da cardiomiopatia dilatada idiopática. Foi o procedimento indicado para 26 pacientes com cardiomiopatia dilatada de causas diversas: indeterminada (53,8%), de origem chagásica (26,9%), decorrente de hipertensao (11,5%), virótica (3,8%) e periparto (3,8%), classificados em classes III (10) e IV (16) da New York Heart Association (NYHA). Entre eles, cinco eram do sexo feminino (25 a 57 anos, M = 41 ± 13 anos) e 21 do sexo masculino (22 a 72 anos, M = 45,1 ± 12 anos). Os índices de mortalidade precoce e tardia foram 11,5% e 17,5%, respectivamente. O seguimento médio foi de 14,4 ± 12,9 meses. O índice linearizado de complicaçoes fatais foi de 10,8% paciente/ano, em conseqüência de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e 3,6% paciente/ano por fibrilaçao ventricular (FV). O índice de complicaçoes nao fatais foi de 10,7% paciente/ano. Os índices de sobrevida atuarial foram de 84% no 1º ano, 74,2% no 2º ano e 58,7% do 3º ao 6º ano. Considerando apenas os pacientes nao chagásicos, o índice de sobrevida foi de 90% no 1º ano, mantendo-se inalterado por 5 anos. Dos 19 pacientes sobreviventes, 13 evoluíram para a classe I do NYHA e seis para a classe II. A Doppler-ecocardiografia demonstrou aumento da fraçao de ejeçao de 37,8± 10,2% para 54,4 ± 4,9% (p 0,05) respectivamente, após 18 meses, representando o melhor período durante 42 meses de seguimento, embora com índices de fraçao de ejeçao e de encurtamento segmentar significativamente elevados até 30 meses de pós-operatório. Em conclusao, a indicaçao de cardiomioplastia em cardiomiopatias dilatadas deve ocorrer no momento adeqüado, o que irá determinar o sucesso da cirurgia, com melhor expectativa de vida para esses pacientes

    Similar works