Cirurgia do Labirinto: Técnica e Resultados

Abstract

A fibrilaçao atrial é a arritmia sustentada mais frequentemente encontrada na prática clínica e está associada a significativa morbi-mortalidade. A irregularidade do ritmo cardíaco causa desconforto, a perda do sincronismo atrioventricular leva a alteraçoes hemodinâmicas e a estase sanguínea atrial aumenta o risco de tromboembolismo. Com o objetivo de controlar e, preferentemente, promover a cura de pacientes com fibrilaçao atrial paroxística ou crônica, três técnicas cirúrgicas (o isolamento do átrio esquerdo, a operaçao do corredor e a cirurgia do labirinto) foram propostas nas últimas duas décadas. A técnica do isolamento do átrio esquerdo e a cirurgia do corredor, apesar de restabelecerem o ritmo sinusal, nao reduzem o risco de tromboembolismo, pois o átrio esquerdo ou ambos os átrios continuam fibrilando. No momento, a técnica cirúrgica mais utilizada para o tratamento da fibrilaçao atrial refratária é a cirurgia do labirinto, desenvolvida por Cox. Esta técnica, inicialmente realizada apenas em pacientes com fibrilaçao atrial isolada, apesar de controlar a arritmia na maioria dos pacientes, acompanhou-se de incidência inaceitável de incompetência cronotrópica. Com o objetivo de superar este problema, a técnica original (Cox I) foi modificada duas vezes, culminando na técnica conhecida como Cox III, associada a uma maior obtençao de ritmo regular no pós-operatório, melhor funçao de transporte atrial, menor recorrência da arritmia e menor necessidade de implante de marcapasso definitivo. Neste artigo, sao descritas a evoluçao e os resultados do tratamento cirúrgico da fibrilaçao atrial

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