Parar para pensar uma escola rural: um estudo por meio de narrativas orais

Abstract

Este artigo é um desdobramento de uma pesquisa de mestrado que potencializou o uso de narrativas, produzidas de acordo com os parâmetros da História Oral, para tecer compreensões sobre uma proposta educacional rural – os Grupos Escolares Rurais –, uma experiência educacional pública do estado do Paraná, instituída por volta de 1940 e extinta em meados da década de 1970. Nesta pesquisa o objeto de estudo foi o Grupo Escolar Rural Usina Bandeirantes, localizado em um complexo de uma Usina de Açúcar e Álcool, construído em 1947, no município de Bandeirantes, na região norte do estado. Tratava-se de um modelo de escola tipicamente urbano, porém instalado na zona rural, para atender, basicamente, os filhos dos colonos. Para a realização da pesquisa foram produzidas narrativas com ex-alunos e ex-professoras dessa escola. O objetivo, neste texto, é revisitar as narrativas, originalmente orais, e disparar uma discussão sobre como elas permitem compreender a escola para além de suas funções e de seu papel social, contribuindo para pensar em outros de seus elementos constitutivos. Apresentam- se, então, algumas reflexões que extrapolam os resultados da pesquisa de mestrado em que essas narrativas sobre o Grupo Escolar foram produzidas. A lente teórica para este novo exercício analítico é Larrosa (2017), e por ela busca-se parar para pensar uma escola rural, intencionalmente construída para atender um público específico, considerada como modelo por aqueles que narram suas memórias saudosas, pelas quais se edifica a liderança forte de uma diretora, o ensino pautado na tríade ler-escrever-contar e um espaço tomado por regras e obediência

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