O DESEMPENHO DO RASTREIO PRECOCE DA PRÉ-ECLÂMPSIA A PARTIR DE FATORES MATERNOS E MARCADORES BIOFÍSICOS NA MATERNIDADE ESCOLA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Abstract

A predição da pré-eclâmpsia(PE) de forma eficaz e efetiva  é meta de muitos pesquisadores em todo o mundo. Existem evidências de que a identificação de gestantes de risco, no 1o trimestre da gestação    e subsequente implementação de aspirina em doses diárias de 150 mg, diminui a ocorrência das formas precoces de PE. A Fundação de Medicina Fetal desenvolveu modelo preditivo apresentado como algoritmo a partir de características físicas e da história  materna e de marcadores  biofísicos , que passou a ser utilizado na rotina asistencial. Os objetivos desse estudo são: (1) descrever a distribuição dos escores de risco, para desenvolvimento  da PE; (2) comparar a importância dos fatores de risco e dos marcadores biofísicos entre a população submetida ao rastreio e a população de referência e (3) avaliar o desempenho do teste de rastreio para  PE realizado no 1o trimestre da gestação, a partir de fatores maternos e marcadores biofísicos. O  estudo foi transversal e observacional com inclusão de gestantes que realizaram o rastreio da PE. Os casos foram classificados em PE<34;PE<37 e PE<42,  de acordo com a idade gestacional em que ocorreu o parto.Calculamos as médias e medianas dos  escores de risco para PE nos seguintes grupos e subgrupos: elegíveis; amostra final; excluídos; uso de aspirina; perdas; normais; PE <42; PE< 37  e PE< 34.Comparamos os coeficientes dos fatores maternos da amostra estudada com os da população de referência, assim como o comportamento dos marcadores biofísicos. Calculamos  sensibilidade, especificidade, VPP e VPN, LR+, LR-  e AUC. Os casos elegíveis totalizaram  1934 e a amostra final 1531. Ocorreram 120 casos de PE (7,5%), dos quais foram 26 (1,56%) PE<37 e 11(0,65%) PE<34. A distribuição dos valores de escores de risco foi assimétrica com 15% da amostra estudada de alto risco. As médias das variáveis contínuas idade, peso e altura maternas foram inferiors às da população de referência. A raça negra não se mostrou significativa na ocorrência da PE. O modelo de regressão Gaussiano  demostrou coeficientes com magnitudes diferentes do modelo de referência, enquanto os marcadores biofísicos apresentaram distribuição semelhante. Encontramos os seguintes valores ao se considerar o teste positivo, segundo os critérios da população de referência: sensibilidade:33,3%; valor preditivo positivo:16,9%; razão de verossimilhança positiva: 2,40; especificidade:85,8%; valor preditivo negativo:93,7%;  e razão de verossimilhança negativa: 0,77; AUC:0,7155. Concluímos que (1)A distribuição  dos valores de escore para desenvolvimento de PE<34, PE<37 e PE<42 é assimétrica, com cauda à direita, identificando a maioria da amostra como de baixo risco e com valores do grupo normal significativamente menores do  que os do grupo que  desenvolveu PE. (2) Os fatores maternos apresentaram diferenças na significância e na magnitude da associação, implicando na necessidade de derivação de novo modelo ajustado, para que este seja incorporado na prática clínica. (3) O teste demonstra bom desempenho em afastar o risco para desenvolvimento de PE , mas falha em identificar satisfatoriamente os casos que vão desenvolvê-la, impedindo  a instituição de medidas profiláticas efetivas.Palavras chaves: Pré-eclâmpsia; programas de rastreamento; Reprodutibilidade dos testes; Sensibilidade e especificidade

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