PERFIL DE PACIENTES PEDIÁTRICOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA ATENDIDOS NA FO/UFRJ: ESTUDO RETROSPECTIVO DE 30 ANOS

Abstract

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por alterações comportamentais que são um importante complicador para o cirurgião-dentista. Diante disso, foi determinado o perfil odontológico dos pacientes com TEA atendidos na FO-UFRJ. Avaliou-se 657 prontuários, de 1990 a 2020, e dados pessoais e do exame odontológico foram coletados. As 66 crianças que apresentavam TEA foram incluídas no estudo. A análise descritiva, teste t de Student e Qui-quadrado (α= 0,05%) foram realizados. Foi observada uma predileção pelo sexo masculino (p= 0,002) e a média de idade foi de 7,39±2,751 anos. 62,5% dos pacientes faziam uso regular de medicamentos, sendo a Risperidona a mais utilizada (48,57%) e 10,4% sofreram traumatismo dentário. A maioria chegou ao serviço com lesões de cárie (56,1%) e a média de dentes cariados foi de 2,4±2,966, sendo a intervenção restauradora a mais realizada (54,5%). O bom comportamento foi mais comum entre os pacientes atendidos (66,7%) e o manejo específico mais utilizado foi a estabilização protetora (18,2%), tendo as mulheres mais necessidade de usá-la (p= 0,034). Com relação aos atendimentos sob anestesia geral, a maioria tratava-se de procedimentos restauradores (p= 0,26) e/ou terapia pulpar (p= 0,045). Quanto a evolução destes pacientes, 86,4% obtiveram alta, a média de tempo de acompanhamento em anos foi de 2,454 ± 3,054 e a média do número de consultas de revisão foi de 7,434±7,035. O número de pacientes com TEA atendidos no serviço aumentou consideravelmente de 2002 a 2020, tendo estes pacientes elevada necessidade de tratamento odontológico

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