INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO SOBRE A LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA NO SUL DO BRASIL

Abstract

A Leucose Enzoótica Bovina (LEB) é uma enfermidade infectocontagiosa, de distribuição mundial, que acomete principalmente bovinos leiteiros e está associada a grandes perdas econômicas. O objetivo deste trabalho é analisar o grau de conhecimento e informação, que os produtores possuem sobre essa enfermidade. Para isto, um questionário foi elaborado, sendo as perguntas direcionadas para questões epidemiológicas das propriedades, bem como conhecimento direto sobre a doença. Foram feitas entrevistas presenciais, além da disponibilização do questionário via Google Forms®. Até o momento foram registradas 36 respostas, de 14 municípios diferentes do Sul do Brasil. Os proprietários têm experiência na criação de bovinos há 21,8 ± 14,3 anos. A maioria dos participantes da pesquisa não é formado, nem estudante de Medicina Veterinária (58,3%), já 25% são estudantes das primeiras fases, seguidos de estudantes das fases finais do curso (11,1%) e profissionais formados (5,6%). Nesse cenário, 55,6% afirmam já ter ouvido falar da enfermidade, inferem ainda não haver casos em sua propriedade (p<0,05). A idade média dos rebanhos é de 4,3 ± 1,9 anos. Das raças criadas a Holandesa prevaleceu, sendo criada em 50% das propriedades, em segundo lugar a Jersey com 47,2% de frequência e em terceiro a raça Angus com 16,6%. No que tange os fatores epidemiológicos, 61,1% afirmam utilizar agulhas descartáveis em seu rebanho. Sendo que na pergunta subsequente 50% afirmou utilizar uma agulha por medicamento por animal, 23,1% utiliza uma por medicamentos para vários animais, 19,2% faz uso de uma agulha para vários medicamentos para um animal e 7,7% usa uma agulha para vários medicamentos para vários animais. A maioria dos bezerros são nascidos e criados na propriedade (80,6%), enquanto que 33,3% são comprados de outras propriedade e 2,8% são nascidos na propriedade e criados fora dela. Em todas as respostas os participantes afirmam que a colostragem é feita com colostro da vaca recém-parida. Em relação ao controle de moscas, 61,1% das respostas inferem que o controle é feito em algumas épocas do ano quando necessário, já 33,3% fazem durante todo o ano. O controle de insetos em sua maior parte é feito nos animais e no ambiente. Para a palpação retal e inseminação artificial 63,9% utiliza uma luva para cada vaca, 16,7% afirma usar a mesa luva para mais que três vacas, 11,1% não realizam palpação e nem inseminação artificial. Quanto ao atendimento veterinário, 50% afirmam que recebem acompanhamento periódico por profissional da área, já 47,2% apenas em casos de urgência ou emergência. Entre os procedimentos cirúrgicos mais mencionados pelos participantes estão a castração (orquiectomia), correção de deslocamento de abomaso, cesariana e descorna cirúrgica. A partir dos dados parciais infere-se que há pontos favoráveis ao controle da doença, por exemplo, o conhecimento da enfermidade, baixa idade média dos rebanhos e utilização individual de agulhas e luvas de palpação transretal. Nesse contexto a pesquisa seguirá em andamento, de acordo com o Edital 88/2021, responsável pelo suporte financeiro

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