ESTUDO SOBRE O CORYNEBACTERIUM DIPHTHERIAE. I - FERMENTAÇÃO DA SACAROSE POR BACILOS DIFTÉRICOS VIRULENTOS ISOLADOS EM SÃO PAULO

Abstract

In a preliminary communication to the 5th International Congress of Microbiology, in 1950, the author reported the occurrence, in a group of 95 strains of undoubtecry virnlent diphtheria baeilli, of 19 strains (20 per cent)which were able to ferment saccharose vigoromsly and promptly. In a subsequent in vestigation, 35 new saccharcse fermenting strains were found among 98 virulent strains isolated (like those of the first group) from clinicai cases of diphtheria in São Paulo, an incidence of 35.7 per cent. The virulence tests wer-e performcd intradermally in rabbits according to Frazer 's technique, which includes a control of the specificity of the positive tests. Controls of the action on saccharose were included, ruling out the possibility of the observed effect being due to the presence of rither other carbohydrates in the basic culture media or of saccharolytie enzymes in the serum incorporated to these media. The poSiiibility of Corynebacterium diphtheriae to ferment saccharose has been denied by many bacteriologists. The fermentation test with this carbohydrate has been therefore used in the biochemical ideptification of Corynebact, in order to differentiate the diphtheria bacillus from C. xerose. Several text-books of bacteriology, in recent editions, admit the possibility of occasional strains of C. diphtheriae attacking that sugar. Since strains exhibiting this property are considered as exceptional, the usual biochemical classification of Coryneba.cter1:a might still be resorted to, leading to an underestimation of the incidence of C. diphtheriac infections in areas where the forementioned strains are rather frequent, as it occnrs in São Paulo.O autor, em 1950, comunicou ao V Congresso Internacional de Microbiologia, reunido no Rio de Janeiro, o achado, entre 95 cêpas diagnosticadas indubitàvelmente como bacilos diftéricos virulentos, de 19 ou 20%, capazes de fermentar rápida e vigorosamente a sacarose. Não tendo sido publicados os trabalhos apresentados ao referido congresso, relata agora aquela investigaçã, assim como seu prosseguimento.Em estudo posterior, isolou mais 98 cêpas virulentas, encontrando 35, ou seja a elevada proporção de 35,7%, capazes de atacar aquêle açúcar. Assim, isolou em São Paulo, de casos clínicos de difteria, 193 cêpas virulentas de C. diphtheriae, das quais 54, ·ou 28% fermentaram a sacarose. Os ensaios de virulência foram realizadas intradermicamente em coelho, pela técnica de Frazer, a qual inclui a verificação da especificidade das reações positivas por segunda prova no mesmo animal, após sua proteção antitoxina diftérica. A ação sôbre a sacarose foi verificada pela inclusão dos contrôles apropriados, os quais excluíram a possibilidade do efeito observado ser devido quer a hidratos de carbono presentes nos meios básicos de cultura quer a enzimas sacarolíticas do sôro empregado nos mesmos meios. Tem sido negarla por inúmeros bacteriologistas a possibilidade do Coryneba: cterilm diphtheriae fermentar a sacarose. Êste açúcar tem ocupado posição chave na identificação bioquímica das corinebactérias, permitindo sua fermentação distinguir o diftéróide C. xerose do bacilo diftérico. A quase totalidade dos bons compêndios de bacteriologia, publicados até 1950, registrava opinião de acôrdo com êsse ponto de-vista. Dos livros editados desde então, alguns ainda mantêm igual afirmativa, parecendo ter a maioria, todavia, passado a admitir a capacidade de cêpas de bacilos diftéricos fermentarem aquêle hidrato de carbono. Quase todos, entretanto, dão a êste fato o cunho de excepcional, o que poderia levar ainda ao emprêgo da identificação ·bioquímica clássica das corinebactérias. Erros sérios adviriam daí ao conhecimento da incidência comprovada da difteria em locais, como São Paulo, onde tal fato absolutamente não corresponde à realidade

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