DIÁLOGOS ENTRE GEOGRAFIA E LITERATURA: A CIDADE DO RIO DE JANEIRO ATRAVÉS DA CRÔNICA MACHADIANA

Abstract

Desde sua institucionalização no final do século XIX, a Geografia esteve vinculada à ideia de ser uma ciência que “pegava emprestado” conteúdos de outras áreas do conhecimento, mostrando-se um campo plural e aberto a intercâmbios diversos, versatilidade essa que serviu, inclusive, de base para críticas à sua legitimidade enquanto ciência. Diante de tantas interações possíveis ao longo da história do pensamento geográfico, a interface entre Geografia e Literatura tem se apresentado como uma frutífera senda, na qual a literatura tem sido apropriada pela Geografia através de uma miríade de abordagens. O presente artigo foi motivado pela seguinte pergunta: “os estudos que relacionam Geografia e Literatura constituem um campo novo? ” A fim de responder a esse questionamento, o artigo objetiva apresentar em sua primeira seção algumas abordagens possíveis nos estudos em Geografia e Literatura, contextualizando o florescimento do campo na Geografia brasileira. Destacando o interesse pelas cidades na literatura e verificando afinidades entre literatura e a Geografia Humanista, a segunda seção tem como objetivo explorar uma crônica escrita por Machado de Assis na imprensa carioca. Entendendo que nessas publicações Machado expõe sua afeição, pertencimento e bem-querência com porções espaciais da cidade do Rio de Janeiro, temos o lugar, ideia esta advinda da noção fenomenológica do mundo vivido e traduzida pela Geografia Humanista como tal

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