O artigo tem como objetivo analisar de que modo conflitos entre as diferentes escalas políticas brasileiras empurraram os municípios do interior do Brasil à pandemia a partir do momento que não foi evitado o espraiamento do vírus oriundos em grande medida das Regiões Metropolitanas. Para tanto, o artigo revisa, em primeiro momento, pesquisas que já apontaram as principais rodovias, aeroportos e hidrovias que serviram como rotas de difusão do vírus e utiliza dados disponibilizados pelo IBGE para demonstrar a fragilidade no sistema de saúde dos municípios do interior. Na segunda seção, analisamos de que modo a falta de coordenação federativa rápida e eficaz e a escassa tentativa dos governadores seriam as principais responsáveis pela falta de um plano que priorizasse a construção de um cordão de isolamento sanitário para proteção dos municípios mais vulneráveis. O artigo sugere, portanto, a importância da construção de um federalismo mais colaborativo, com definições mais claras constitucionalmente para lidar com crises que afetam todo o território nacional, além da urgente equalização dos serviços de saúde dentro dos estados