Controlo e identidade: a não conformidade durante a adolescência

Abstract

A análise sociológica sobre o desvio dos jovens tem sido desenvolvida em torno de dois modelos: o do "controlo" e o da "subcultura". O confronto entre os dois modelos não poderá deixar de notar que o olhar que traçam sobre o desvio na adolescência coloca aparentemente um dilema: o desvio é resultante de um colapso das estruturas de autoridade e de controlo social ou constitui uma resposta a problemas com que os jovens se confrontam no processo de construção das suas identidades sociais? O desvio ocorre devido ao facto de os jovens não serem suficientemente controlados? Ou deve ser entendido como uma resposta às tensões entre um estatuto de dependência e o desejo de autonomia? A oposição dualista das questões não obriga a que as respostas sejam necessariamente exclusivas. Certamente os dois modelos têm capacidade heurística. Mas tal não significa que a influência por eles exercida seja a mesma ou que um não possa assumir primazia em determinadas situações (e problemas), não impedindo que noutras aconteça o inverso. Assim, mais do que procurar estabelecer a primazia de um em relação ao outro, o que motiva o presente artigo é dar conta de uma via de articulação entre as dimensões relevantes dos dois modelos, cuja adequação à realidade possa ser empiricamente confrontada e avaliada

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