Descolonizações dos circuitos artísticos audiovisuais: experiências micropolíticas entre o projeto de alcance global “The Giant Step” e os índios Makuxi da Amazônia
Neste artigo buscamos compreender como as intervenções artísticas de alcance global reterritorializam o desenvolvimento artístico nas comunidades indígenas ampliando a possibilidade de expansão de sua arte nos espaços culturais por meio de diferentes recursos audiovisuais. Para isso, acompanhamos a terceira edição da intervenção artística “The Giant Step” idealizada pelo artista Húngaro-Suíço Viliam Mauritz na comunidade indígena Raposa I, pertencente à terra indígena Raposa Serra do Sol/RR. A realização do “The Giant Step” na Amazônia foi uma proposta do idealizador ao conhecer o artista indígena Makuxi Jaider Esbell, como resultado do alcance do trabalho similar que Esbell desenvolve de arte-ativismo. A partir desse encontro, analisamos as diversas linhas de forças micropolíticas (Guattari e Rolnik, 2013), ou seja, como os modos de subjetivação dominante podem (ou não) serem subvertidos. Nesse caso, problematizamos como o uso do audiovisual em intervenções artísticas, na articulação com a cultura indígena, desterritorializa e descolonializa os circuitos da arte contemporânea por meio de suas formas de expor em relação com as distintas esferas das mídias digitais