Este ensaio pretende fazer aproximações entre a estética do pós-modernismo e a obra O homem duplicado de José Saramago. Partiremos de uma análise formal a fim de esclarecer o conteúdo. Percebemos, através da leitura da obra referida, que a forma é estreitamente conformada ao conteúdo, por isso iniciaremos a análise pela linguagem usada pelo autor, que traz uma pontuação diversa da convencional. O discurso é direto e surge quase colado à voz do narrador pela falta da pontuação convencional. Há também muita intertextualidade interna e externa à própria obra, como a retomada do mito de Tróia. Através desses aspectos e de seus dois protagonistas, o ator e o professor, há a retomada da discussão pós-moderna entre a história ‘mítica’ ou individual e a história oficial, além de retomar a própria tradição portuguesa na problematização da retomada histórica.
Palavras-chave: Pós-modernismo; O Homem Duplicado; História; Literatura