Para aceder aos ficheiros de som, que fazem parte deste documento recomendo: http://hdl.handle.net/10451/1011No presente trabalho estudámos o processamento emocional de sons desagradáveis em
doentes esquizofrénicos, em fases iniciais da doença.
O estudo decorreu em doentes pertencentes à consulta externa dos Serviços de Psiquiatria
do Hospital de Santa Maria e Hospital Júlio de Matos e a amostra consistiu em 29 doentes e
29 controlos emparelhados para o sexo e idade.
As avaliações realizadas incluíram uma escala de Avaliação Breve do Estado Mental
(MMSE), uma escala de gravidade dos sintomas positivos e negativos da esquizofrenia
(PANSS) e uma bateria de sons desagradáveis desenvolvida para este estudo, intitulada de
Newcastle Battery of Unpleasant Sounds (NBUS).
Os resultados mostraram que os doentes esquizofrénicos têm uma percepção emocional
preservada dos sons desagradáveis, na fase inicial da doença. Não se observaram
correlações significativas entre medidas de gravidade clínica (duração da doença e sub escalas da PANSS) e os valores da avaliação dos referidos sons.
Observou-se ainda que a bateria de sons apresentada revelou grande variabilidade nos
valores obtidos na avaliação. Associações semânticas, assim como certas características
acústicas dos sons poderão ter influenciado a percepção e avaliação emocional dos
mesmos.In the present study, we evaluated the emotional processing of unpleasant sounds in
schizophrenic patients in early stages of the disease.
This study was performed on schizophrenic outpatients from the Psychiatry Departments of
Hospital Santa Maria and Hospital Júlio de Matos. The sample group comprised 29
schizophrenic patients and 29 matched healthy controls, equal in sex and age.
Evaluations included the Mini Mental State Examination, the Positive and Negative
Syndrome Scale (PANSS) and the Newcastle Battery of Unpleasant Sounds, which we
developed to study this issue.
Results showed that schizophrenic patients in early stages of the disease have a preserved
emotional perception of unpleasant sounds. No correlation was found between clinical
severity measures (disease duration, PANSS total and sub scores) and mean unpleasantness
rating, which suggests that the emotional processing of unpleasant sounds is rather stable
during the first five years of illness.
We observed that the sound set presented varied widely in perceived unpleasantness.
Semantic associations as well as certain acoustic features may have had an effect upon
unpleasantness ratings of sounds