Em meados do século passado, quando publicada a ficção de George Orwell, “1984”, ninguém podia prever que tão cedo viesse a se tornar tão real. A cidade contemporânea submete-se e submete o cidadão a práticas e técnicas de extremo controle, em suas variadas formas. Um “Grande Irmão” paira verdadeiramente sobre todos, usando meios materiais e imateriais de observação, recriando o panopticom de Foucault em formas inusitadas da arquitetura defensiva, erguendo muros visíveis e invisíveis, fortificando enclaves, —privatizando espaços públicos, produzindo simulacros, intimidando, persuadindo, excluindo. À serviço de que ou de quem? Sob que lógica? Revelar formas e refletir sobre processos e resultados é a intenção deste ensaio sobre a cidade que vigia e é ào mesmo tempo vigiada.In the forties, when George Orwell published the book "1984", the world couldn't believe that this fiction would become so real, in a very fast time. The contemporary cities submit themselves and the citizens to practices and immaterial ways to assure his control, rebuilding not only the classical Foucault's Panopticon, but a different one, with amazing forms of defensive architecture, fortified enclaves, simulating scenery, private and thematic controlled spaces, and catching citizens by intimidation and persuasion. The walls of exclusion are no longer just visible, but invisible too. Who or what is it for? Under what kind of logic does it work? Reveal and discuss these processes of control are the objectives of the present essay about the surveillant cities and at the same time cities under surveillance