Avaliação ecotoxicológica comparativa entre ácido peracético e cloro ativo do hipoclorito de cálcio utilizando os bioindicadores dugesia tigrina e chironomus xanthus
The evaluation of the ecotoxicological effects of disinfectants is relevant to help establish
maximum permissible values in water bodies, thus peracetic acid (APA) and active chlorine
of calcium hypochlorite have been evaluated for Dugesia tigrina (flatworm) and Chironomus
xanthus (insect). The toxicity bioassays referring to the flatworm were the acute test (LC50)
and chronic tests: feeding, locomotion, regeneration, reproduction and fertility. For
Chironomus xanthus, the acute test (LC50) and the chronic tests were performed: body length,
head width, cumulative emergence. The results obtained with the organism Dugesia tigrina
indicated that the active chlorine was more toxic with LC50 (96h) of 2.63 mg.L-1 when
compared to APA LC50 (96h) 3.16 mg.L-1. Sub-lethal exposures to active chlorine were more
toxic for flatworm, once significantly reduced feeding, locomotion, causing a greater delay in
regeneration and impairment in reproduction and fertility when compared to APA. In relation
to the organism Chironomus xanthus the lethal concentrations of exposure to the APA and
active chlorine compounds were, respectively: CL50 (48h) of 14.64 mg.L-1 and CL50 (48h) of
1.02 mg.L-1, demonstrating that the active chlorine of calcium hypochlorite, presents toxicity
fourteen times greater when compared to APA in relation to this organism. In relation to the
Chironomus xanthus, the active chlorine of the calcium hypochlorite presented higher toxicity
in relation to the APA parameters, percentage of emergence and development of the body and
head. In this sense, these results indicate a lower toxicity of APA in relation to the active
chlorine of calcium hypochlorite for both evaluating organisms, demonstrating that APA is a
promising substitute for chlorinated disinfectants. In addition, this study assists in the
establishment of maximum values allowed in water bodies for APA, which has been studied
for applications in processes of disinfection and reduction of odors of sanitary effluents.A avaliação dos efeitos ecotoxicológicos dos desinfetantes são relevantes para auxiliar no
estabelecimento de valores máximos permitidos em corpos hídricos, desse modo o ácido
peracético (APA) e o cloro ativo do hipoclorito de cálcio foram avaliados em relação aos
organismos Dugesia tigrina (planária) e Chironomus xanthus (inseto). Os bioensaios de
toxidade referentes à planária foram o teste agudo (CL50) e ensaios crônicos: alimentação,
locomoção, regeneração, reprodução e fertilidade. Para o organismo Chironomus xanthus
foram realizados o teste agudo (CL50) e os testes crônicos: comprimento do corpo, largura da
cabeça, emergência acumulativa. Os resultados obtidos com o organismo Dugesia
tigrina indicaram que o cloro ativo foi mais tóxico com CL50 (96h) de 2,63 mg.L-1 quando
comparado com APA CL50 (96h) 3,16 mg.L-1. Exposições sub-letais ao cloro ativo foram
mais tóxicas as planárias, uma vez que, reduziram significativamente a alimentação,
locomoção, ocasionando maior retardo na regeneração e prejuízo na reprodução e fertilidade
quando comparado com o APA. Em relação ao organismo Chironomus xanthus as
concentrações letais de exposição aos compostos APA e cloro ativo foram,
respectivamente, CL50 (48h) de 14,64 mg.L-1 e CL50 (48h) de 1,02 mg.L-1, demonstrando que
o cloro ativo do hipoclorito de cálcio, apresenta toxidade quatorze vezes maior quando
comparado ao APA em relação a este organismo. Em relação aos ensaios crônicos com o
organismo Chironomus xanthus, o cloro ativo do hipoclorito de cálcio apresentou maior
toxicidade em relação ao APA quanto aos parâmetros, percentual de emergência e
desenvolvimento do corpo e da cabeça. Neste sentido, estes resultados apontam uma menor
toxicidade do APA em relação ao cloro ativo do hipoclorito de cálcio para ambos os
organismos avaliandos, demonstrando que o APA é um substituinte promissor aos
desinfetantes clorados. Além disso, este estudo auxilia no estabelecimento de valores
máximos permitidos em corpos hídricos para o APA, o qual vem sendo estudado para
aplicações em processos de desinfecção e redução de odores de efluentes sanitários