O artigo procura compreender de forma sincrónica as linhas
fundamentais da política externa de Cabo Verde e seus
reflexos nas relações internacionais, abarcando o período,
desde a independência à actualidade. A perspectiva central
é a de que a independência em 1975 representou uma nova
era para o Estado de Cabo Verde, embora se tenha propalado
a ideia de um Estado inviável. A estratégia para ultrapassar
esta situação passava por uma aposta activa nas relações
internacionais, nomeadamente numa política externa
pragmática que se ajustasse num quadro de concertação
e interacção com outros Estados. Procuramos, através de
uma abordagem interdisciplinar e interpretativa, analisar
os fenómenos sociais-internacionais que se configuram na política externa cabo-verdiana, sabendo que estes se relacionam tanto no campo da história
e da sociologia como no campo da ciência política e das relações internacionais. Propõe-se
novos desafios para a política externa cabo-verdiana, numa conjuntura internacional abalada
pela crise financeira, uma aposta para uma maior integração regional no continente africano,
aproveitando de forma estratégica o continente como nova fronteira de desenvolvimento.The article seeks to understand, in a synchronous way, the fundamental lines of Cape Verde
foreign policy and its reflexes in international relations, from the period of independence to
the present day. The central perspective is that independence in 1975 represented to the State
of Cape Verde a new era, although the idea of an unviable State had been announced. The
strategy to overcome this situation involved an active bet on international relations, particularly
in a pragmatic foreign policy that fitted within a framework of agreement and interaction with
other States. We seek, through an interdisciplinary and interpretative approach, to analyse
social-international phenomena that are configured in Cape Verdean foreign policy, knowing
that they are connected both in the field of history and sociology and in the field of political
science and international relations. We propose new challenges for Cape Verdean foreign
policy, in an international context convulsed with financial crisis, a bet for a greater regional
integration on the African continent, taking advantage, in a strategic way, of the continent as a
new frontier of development