Os tempos de espera para cirurgia superiores a 12 meses na Região Centro: evolução e perfil dos utentes antes e durante a pandemia por COVID-19

Abstract

Introduction: Waiting times for elective surgery are a priority of health policy in Portugal, as in other countries. The assessment of waiting times usually focuses on the compliance with maximum waiting times guarantees. However, among the cases where waiting maximum times are not met, there waiting times particularly long. In 2019, the Ministry of Health announced its intention of reducing the number of patients waiting for surgery for more than 12 months. Objectives: Our objectives are to analyse the evolution of this number and to compare the profile of patients waiting less and more than 12 months, before and after the outbreak of the COVID-19 pandemic, in the Centre Region. Materials and methods: Data come from the waiting list for surgery in three moments: 31st May 2019 (50245 observations), 31st December 2019 (50382 observations) and 31st July 2020 (49112 observations). To analyse the association between risk factors and wating time longer than 12 months we use multiple logistic regression. Results: The number of patients waiting more than 12 months increased, both in absolute and relative terms, in 2019 and particularly in 2020. The odds of waiting more than one year are greater for younger patients, for non-ambulatory surgery, normal priority and ophthalmology and for one of the hospitals considered. Those odds are lower for oncology and there is no difference between sexes. Conclusions: The objective of decreasing, already in 2019, the number of patients wating for surgery for more than 12 months seems to have been too ambitious. The pandemic compromised this objective even further.Introdução: Os tempos de espera para cirurgia eletiva são uma prioridade da política de saúde em Portugal, como em outros países. O enfoque da avaliação dos tempos de espera incide habitualmente sobre o cumprimento ou não dos tempos máximos de resposta garantidos. Contudo, dentro dos casos onde estes tempos não são cumpridos incluem-se tempos de espera particularmente longos. Em 2019, o próprio Ministério da Saúde anunciou a intenção de reduzir o número de utentes à espera para cirurgia há mais de 12 meses. Objetivos: Os nossos objetivos são analisar a evolução deste número e comparar o perfil dos utentes à espera há menos e há mais de 12 meses, antes e após o início da pandemia por COVID-19, na Região Centro. Materiais e métodos: Os dados provêm da lista de inscritos para cirurgia em três momentos: 31 de maio de 2019 (50245 observações), 31 de dezembro de 2019 (50382 observações) e 31 de julho de 2020 (49112 observações). Para analisar o perfil dos utentes usamos a regressão logística múltipla. Resultados: O número de utentes à espera há mais de 12 meses aumentou, em termos absolutos e proporcionais, em 2019 e sobretudo em 2020. A chance de esperar por mais de um ano é maior para os mais novos, prioridade normal, cirurgia convencional, Oftalmologia e num dos hospitais considerados. Aquela chance é muito inferior na presença de indicador oncológico e não há diferenças por sexo. Conclusões: O objetivo de reduzir já em 2019 o número de utentes à espera há mais de 12 meses parece ter sido demasiado ambicioso e ficou ainda mais comprometido com a pandemia

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