A saúde mental e a produtividade, durante o período de trabalho remoto, das(os) Técnicas(os) Administrativos em Educação da UFPR, UTFPR e Unila.

Abstract

Uma preocupação das relações de trabalho, seja na modalidade presencial seja no remoto emergencial, é a saúde do trabalhador. Para além dos aspectos físicos, é necessário que os gestores de pessoal também olhem para o lado socioemocional dos profissionais. A fim de entender melhor o problema de saúde mental dentro das universidades, mais especificamente no contexto da pandemia de Covid-19, aplicamos duas pesquisas de opinião com técnicos administrativos em educação – TAE de três universidades públicas federais no Paraná, a saber, Universidade Federal do Paraná, Universidade Tecnológica Federal do Paraná e Universidade Federal da Integração Latino-Americana. As pesquisas ocorreram entre os anos de 2020 e 2021 e foram organizadas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Paraná. Os questionários foram aplicados online, através do software SurveyMonkey. Na 1ª fase (2020) registrou-se 804 respostas e na 2ª fase (2021) 609 respostas. Os principais resultados foram os seguintes. Em relação à saúde mental na 1ª fase 52% dos entrevistados disseram não ter percebido alterações, 48% citaram alguns problemas, sendo utilizados em questões específicas na 2ª fase como: ansiedade (48%), seguida por perda de noção do tempo (35%), desmotivação (34%), maior tristeza do que o normal (28%), insônia (27%), dores de cabeça (22%) e outros (11%). Na 2ª fase, as mulheres apresentaram um percentual ligeiramente maior de problemas relacionados à saúde mental (54%) em relação aos homens (51%). Quanto a produtividade, comparando os períodos de trabalhos remoto e presencial, na 1ª fase, 41% observaram aumento da sua produtividade, 40% mantiveram o desempenho e 19% perceberam diminuição. Na 2ª fase, 44% mantiveram a produtividade, 38% perceberam aumento e 19% voltaram a perceber queda. Demandas explicitas ou implícitas, de chefias, de colegas ou pelo próprio individuo para aumento da produtividade podem estar relacionadas aos problemas de saúde mental observados pelos respondentes. Em relação ao recorte de gênero, onde as mulheres relataram um percentual maior de problemas de saúde mental hipotetizou-se que as horas e a produção do trabalho no modelo remoto podem ser impactadas pelas atividades diárias e responsabilidades domiciliares que historicamente impactam mais as mulheres. Salienta-se que a produtividade deve ter um limite, visando a saúde e o bem-estar individual, o qual age sobre a qualidade das interações sociais inclusive na vida profissional. Os bons parâmetros em saúde mental devem ser uma meta cobrada pelos TAE junto aos gestores das nossas Instituições

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