Halobacteria, also known as haloarchaea, is a class of halophilic Archaea living
in hypersaline environments. Haloarchaea, similarly to all the extremophiles,
possess a peculiar metabolism and have developed mechanisms that allow
them to survive in harsh conditions, like high salinity, lack of nutrients and
excessive UV exposure. Some of these adaptations lead to the production of a
unique set of secondary metabolites, such as carotenoids, siderophores,
polyhydroxyalkanoates, haloarchaeocins and ribosomally synthesized and
post-translationally modified peptides (RiPPs). RiPPs produced by bacteria
have been extensively studied because of their variety of structures and
bioactivities, namely, as antibiotics, antivirals, antipain and morphogenetic
compounds, but little is known about these peptides in Archaea. Recently, a
group of biosynthetic gene clusters (BGCs), putatively encoding the production
of RiPPs, were identified in the genome of various haloarchaea using
bioinformatics tools and denominated haloazolins. These BGCs encode a
cyclodehydratase belonging to the YcaO superfamily that install thiazole and
oxazole heterocycles in their cognate peptides and, so far, none of them were
experimentally investigated. Haloferax mediterranei ATCC 33500 is a
haloarchaea able to inhibit growth of other haloarchaea and which encodes a
haloazolisin BGC composed, at least, by the cyclodehydratase (ycaO) and its
putative cognate peptide (haloA) genes. The main objective of this work was to
investigate if this BGC could be involved in the anti-haloarchaea activity of
H. mediterranei. Firstly, we have characterized H. mediterranei growth and the
antagonistic activity along five days of growth in YPC agar, and it was
concluded that maximum activity was reached after four days of incubation. At
this timepoint, the transcriptional levels of ycaO and haloA were determined by
RT-qPCR. Both genes were found to be transcribed, although not at the same
level. Then, two knockout mutants, H. mediterranei ΔycaO and
H. mediterranei ΔhaloA were generated with the pop-in/pop-out method and
their antagonistic activity was tested. The deletion of the genes did not
influence the production of biomass and ΔycaO and ΔhaloA mutants retained
their anti-haloarchaea activity. However, ΔycaO displayed a slightly increased
inhibition, whereas ΔhaloA showed a slightly reduced activity compared to the
wildtype. Thus, the haloazolisin BGC does not encode the main antimicrobial
molecule(s) produced by H. mediterranei, which remains unknown.
Additionally, these results suggest that other peptide(s)/protein(s), and not
exclusively HaloA, might be a substrate(s) for the YcaO enzyme. Also, they
raised some doubts about whether HaloA is the cognate peptide of this
enzyme. So, further experimental studies are needed to characterize the
antimicrobial molecules produced by H. mediterranei and to understand the
cellular function of YcaO and HaloA.Halobacteria, também conhecidas por haloarchaea, é uma classe de Archaea
halófilas que habitam ambientes. À semelhança de todos os extremófilos, as
haloarchaea desenvolveram mecanismos que lhes permitem sobreviver em
condições de elevada salinidade, falta de nutrientes e exposição excessiva aos
raios UV. Algumas destas adaptações resultam na produção de um conjunto
único de metabolitos secundários, tais como carotenóides, sideróforos, polihidroxialcanoatos,
haloarqueocinas e péptidos ribossomais com modificações
pós-traducionais (RiPPs). Os RiPPs de bactérias têm sido amplamente
investigados devido à sua diversidade estrutural e bioactividades exibidas, tais
como, antibióticos, antivirais e compostos morfogenéticos, entre outros.
Contudo, pouco se sabe sobre estes péptidos no domínio Archaea.
Recentemente, a análise bioinformática genoma de várias haloarchaea revelou
a presença de um grupo de clusters biossintéticos (BGCs), designados
haloazolinas, que possivelmente codificam para a produção de RiPPs.
Nenhum destes BGCs foi investigado experimentalmente, mas todos codificam
uma ciclodehydratase pertencente à superfamília YcaO, responsáveis pela
instalação de heterociclos de tiazol e oxazol nos péptidos percursores.
Haloferax mediterranei ATCC 33500 é uma haloarchaea que inibe outras
haloarchaea e possui um BGC de haloazolisina constituído, pelo menos, pelo
gene da ciclodehidratase (ycaO) e pelo péptido percursor (haloA). O principal
objetivo deste trabalho foi investigar se este BGC está envolvido na actividade
anti- haloarchaea de H. mediterranei. O crescimento de H. mediterranei e a
sua bioactividade foi caracterizado ao longo de cinco dias em meio YPC
agarizado e concluiu-se que a actividade máxima foi atingida após quatro dias.
Por RT-qPCR verificou-se que os genes ycaO e haloA são transcritos nesta
fase do crescimento, embora em níveis diferentes. Foram obtidos dois
mutantes de H. mediterranei (ΔycaO e ΔhaloA) aplicando a técnica
popin/pop-out. A eliminação dos genes não influenciou a produção de
biomassa e os mutantes mantiveram a sua actividade anti-haloarchaea.
Contudo, H. mediterranei ΔycaO mostrou uma inibição ligeiramente
aumentada, enquanto que ΔhaloA mostrou uma actividade ligeiramente
reduzida quando comparada com a estirpe original. Assim, o BGC estudado
não codifica a(s) principal(ais) molécula(s) antimicrobiana(s) produzida(s) por
H. mediterranei, que permanecem, assim, desconhecidas. Adicionalmente,
estes resultados sugerem que outro(s) peptídeo(s)/proteína(s), e não
exclusivamente HaloA, pode(m) ser um substrato para a enzima YcaO. Logo,
serão necessários mais estudos para caracterizar as moléculas
antimicrobianas produzidas por H. mediterranei, bem como para elucidar a
função celular de YcaO e HaloA.Mestrado em Biologia Molecular e Celula