Por uma infância sem adiamentos: celulares nas mãos de crianças e suas desformações de modos de formar

Abstract

Este artigo tem como objetivo problematizar externalizações matemáticas de crianças e seu ressoar na formação por meio de produções imagéticas em celulares feitas por alunos e alunas do 1º ano do Ensino Fundamental, de 6 e 7 anos de idade, realizadas em uma pesquisa de mestrado já finalizada. A partir das produções das crianças são disparadas algumas discussões acerca da infância e do movimento de desformação causado por ela. Os modelos e posturas reproduzidos na escola, na sala de aula, na pesquisa, são questionados de modo a considerar outras formas de coabitar espaços com crianças: com uma abertura infante, abandonando, pelo menos em partes, a circunscrição de vida, a negação de inventividades, o silenciamento da infância. Assim, por meio dos resultados da pesquisa apresentados no artigo, são feitas reflexões e discutidas possibilidades para professores e pesquisadores de práticas, ações, movimentos com tecnologias digitais que podem disparar esse desformar. Conclui-se a urgência por um abandono, mesmo que inicial e pequeno, de pressupostos que digam às crianças como serem crianças, que enxerguem a infância somente como fase de formação, de espera, de incompletude, de adiamentos. A infância, fase de existência humana, de encantamento, que é potência de outros modos de estar, ser, habitar, aprender, não pode mais ser desconsiderada justamente onde estão as crianças: na escola

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