A CRÍTICA DE HEGEL E DE HABERMAS AO HELENISMO ENQUANTO PERSPECTIVA FILOSÓFICA:: UMA ANÁLISE A PARTIR DA QUESTÃO DA TEORIA E DA FIGURA DO SÁBIO

Abstract

Hegel concebe as grandes correntes helenistas do estoicismo, do epicurismo e do ceticismo como parte do processo de autoconsciência humana. Habermas considera como o momento no qual a teoria era tida como essencialmente prática. Nas Lições de História da Filosofia, Hegel afirma que estas filosofias simbolizam o momento no qual o pensar filosófico tenta compreender a Ideia não no Todo, mas no particular. Assim, a filosofia se confronta com dois problemas fundamentais: o do critério de verdade e da busca do ideal do sábio. Já na Fenomenologia do Espírito, o estoicismo e o ceticismo são interpretados como parte do processo da autoconsciência, ou consciência-de-si do Espírito. Habermas, por sua vez, afirma que para os filósofos antigos a teoria prometia um processo de formação que era o caminho tanto do conhecimento quanto da salvação. O sábio helenista retratava de forma privilegiada este caminho. Com o cristianismo o caminho da salvação da alma perdeu o caráter elitista e a filosofia se retira cada vez mais para tarefas cognitivas. Após a consolidação da racionalidade científica e da“reviravolta linguística”, podemos nos perguntar, com Habermas, se a filosofia ainda teria hoje um objeto de estudo próprio e espaço entre as ciências e os saberes. Afinal, no mundo científico e pós-metafísico ainda há lugar para uma “filosofia de vida” com pretensões racionais? Ou vivenciamos o anunciado “fim da filosofia”, fim de um tipo de filosofar

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