O presente artigo tem como objetivo central abordar a discussão acerca da invisibilidade da mulher negra na política brasileira, especificamente no estado da Bahia, situado na região do País com o maior número de pessoas que se declaram negras, 81,4%, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no ano de 2017. Ainda assim as mulheres negras, sobretudo quando lésbicas, possuem pouca expressão política em âmbito estadual. Os cargos de poder e expressão não ocupados por esses corpos, que são marginalizados, violentados, atacados, subjugados para se tornarem invisibilizados. Assim, a invisibilidade não é a inexistência ou a dificuldade de ver, mas a falta de visibilidade e expressão política. Até o presente momento, ano de 2020, nenhuma mulher autodeclarada lésbicas e negra foi eleita para cargos como de prefeita da capital baiana, Salvador, ou deputada estadual. Por isso, essa análise terá como foco a relação de gênero, raça e sexualidade nas mulheres eleitas em 2018 para cargo de deputada estadual na Bahia, última eleição para deputados e deputadas no Brasil, cujo os eleitos ainda ocupam os cargos. As mulheres negras e lésbicas são colocadas em uma posição de maior opressão, pois a não heterossexualidade ainda é adicionada como fator de exclusão social. Esse artigo tem como propósito trazer à tona o que é negligenciado pela sociedade, suscitando o debate para que mulheres lésbicas negras tenham mais espaço e destaque na esfera política, ampliando assim a possibilidade de acesso a um poder que lhes é negado de forma sistêmica, com ações explícitas e/ou veladas