REBELA - Revista Brasileira de Estudos Latino-Americanos
Abstract
Este estudo discute a transição do trabalho escravo para o trabalho livre no Brasil. Inicialmente faz-se uma breve revisão da estrutura econômica do país durante o período imperial, destacando-se os três elementos que a caracterizaram: produção para o mercado externo; grande lavoura monocultora; e trabalho escravo. A partir destas características, analisam-se os instrumentos utilizados pelas elites brasileiras para realizar esta transição, chamando atenção para o uso de leis paliativas, da lei de terras e da própria política de imigração. A conclusão geral é que a abolição da escravidão não promoveu nenhuma alteração significativa, tanto na forma da organização da produção, que continuou sendo comandada por grandes latifúndios, como na distribuição da riqueza, que continuou altamente concentrada em poucos segmentos da elite nacional