Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Abstract
The concept of longue durée developed by Fernand Braudel represents one of the main ideas of the movement made in the last thirty years by Brazilian Archaeology – and Amazonian Archaeology specially – of enclosure with History and with indigenous peoples. This article reviews archaeological bibliographic productions tracing the trajectory that leads to a set of researchers to claim as being makers of Long-Term Indigenous Histories. Through the research it was possible to realize that the utilization of this concept, integrated in the struggle for the rights of indigenous peoples, as well as the renovation of History and Archaeology allowed the expansion of this movement and the creation of varied approaches. Lastly, we reflect about Braudel’s temporalities, that can lead to theoretical and political bridges to be built with indigenous peoples.O conceito de longa duração de Fernand Braudel configura-se como uma das ideias centrais do movimento feito, nos últimos trinta anos, por parte da Arqueologia brasileira, sobretudo a amazônica, de aproximação com a História e com os povos indígenas. Este artigo revisa produções bibliográficas arqueológicas traçando a trajetória que leva determinadas pesquisas a se reivindicarem como construtoras de Histórias Indígenas de longa duração. Por meio das leituras foi possível perceber que a utilização desse conceito, integrado à luta indígena pelos seus direitos, bem como renovações do fazer historiográfico e arqueológico, permitiram uma expansão desse movimento e a criação de abordagens variadas. Ao fim, refletimos sobre o conjunto das temporalidades de Braudel, que podem culminar em pontes teóricas e políticas junto aos povos indígenas