Roads are among the most obvious environmental changes generated by man. One of the most
noticeable impact is death by run over of fauna that can cause major demographic effects on
wild populations. The objective of this study was to estimate the diversity of fauna run over in
two highways in northern Rio Grande do Sul. The Roads defined for the study were ERS-331
(T1), which connects the cities of Erechim and Gaurama and RS-420 (T2), which connects the
cities of Erechim and Aratiba. The studied region is located within the areas of the Atlantic
Forest biome, characterized by a dense rain vegetation and humid subtropical climate. Ten (10)
days of sampling were performed by September 2014 to February 2015, totaling 2,880 Km.
Only Birds, Mammals and Reptiles were considered in this study. The roadkill rate and the
species accumulation curve was calculated. The species richness was estimated based on the
use of Jacknife 1 wealth estimator and the species most knocked down was determined from an
average of individuals hit by month. The species were classified according to an index of
constancy of occurrence. Two hundred and nine individuals of 45 species were found knocked
down, being Birds the species with majority of records 57,42% (n=120), followed by Mammals
24,88% (n=52) and Reptiles 17,7% (n=37). The road-kill rates was 0,14 ind./Km/day
considering the three taxonomic groups. To Bird we identified 30 species. Eight species of
Mammals and seven of Reptiles were identified. Considering all groups the estimated wealth
was 67 species (±4,06), among which 46,5 (±3,71) were species of Birds, 11.67 (±1,56)
Mammalian species and 8,83 species of reptiles (±1,24). The top five species in running over
episodes were: Salvator merianae (n = 24), Didelphis albiventris (n=22), Cerdocyon thous
(n=8), Zonotrichia capensis (n=7) and Cavia aperea (n=6). One species is in the list of Rio
Grande do Sul's endangered fauna: Leopardus tigrinus, on the "vulnerable" category. The
diversity of species ran over, in comparison with estimated species diversity for the region,
reinforces the idea that the collisions are directed to some species, probably abundant and who
don't avoid the highways. The species with the highest number of accidents coincide largely
with the species classified as Constants or Accessory. The road-kill rates showed that at less 50
animals can be found road killed by year in the evaluated roads. The low similarity and the
differences between the two roads showed the strong influence the landscape around the roads
in the diversity of fauna road-killed. Roads that crossing degraded areas seems impact more
animals with generalist habits and roads that crossing preserved areas seems impact animals
more exigents about the habitat use. The identification of the species that are most frequently
hit and the concerned ecological standards can serve as a tool to make decisions in order to seek
alternatives to reduce road kills.Rodovias estão entre as mais evidentes alterações ambientais geradas pelo homem. Um dos
impactos mais perceptíveis é a morte por atropelamento da fauna que pode causar importantes
efeitos demográficos nas populações silvestres. O objetivo deste estudo foi estimar a
diversidade da fauna atropelada em duas rodovias no norte do Estado do Rio Grande do Sul.
As rodovias definidas para o estudo foram RS-331 (T1), que liga os municípios de Erechim e
Gaurama e RS-420 (T2), que liga os municípios de Erechim e Aratiba. A região do estudo está
situada dentro dos domínios do bioma Mata Atlântica, caracterizado por uma vegetação
ombrófila densa e clima subtropical úmido. Foram realizados 10 dias de amostragens por mês,
de setembro de 2014 a fevereiro de 2015, totalizando 2.880 Km. Foram considerados aves,
mamíferos e répteis neste estudo. Foi calculada a taxa de atropelamentos e a curva de
acumulação de espécies. Estimou-se a riqueza de espécies com base no uso do estimador de
riqueza Jacknife 1 e determinou-se as espécies mais atropeladas a partir da média dos indivíduos
atropelados por mês. As espécies foram classificadas segundo o índice de Constância de
Ocorrência. Foram encontrados 209 indivíduos atropelados de 45 espécies, sendo que as aves
representaram a maioria dos registros 57,42% (n=120), seguidas pelos mamíferos 24,88%
(n=52), e répteis 17,7% (n=37). A taxa de atropelamento foi de 0,14 ind./km/dia considerando
os três grupos taxonômicos. Para aves foram identificadas 30 espécies. Para mamíferos foram
identificadas oito espécies e para répteis sete. A riqueza estimada, considerando todos os
grupos, foi de 67 espécies (± 4,06), para aves foi de 46,5 espécies (± 3,71), para mamíferos
11,67 espécies (±1,56) e 8,83 espécies para répteis (± 1,24). As cinco espécies mais atropeladas
foram: Salvator merianae (n=24), Didelphis albiventris (n=22), Cerdocyon thous (n=8),
Zonotrichia capensis (n=7) e Cavia aperea (n=6). Uma espécie consta na lista da fauna
ameaçada de extinção do Estado do Rio Grande do Sul: Leopardus tigrinus, na categoria
“vulnerável”. As curvas de acumulação de espécies, apesar das tendências para a assíntota em
répteis, indicam que novos registros podem ser feitos com mais tempo de amostragem. As
espécies com maior número de atropelamentos coincidem em grande parte com as espécies
classificadas como Constantes ou Acessórias. A taxa de atropelamento indica que ao longo do
período de um ano podem ser encontrados ao menos 50 animais atropelados por quilômetro nas
rodovias avaliadas. A similaridade baixa e as diferenças na diversidade entre os dois trechos
indicam a forte influência da paisagem do entorno da rodovia nas características da diversidade
de fauna atropelada. Rodovias que cortam áreas mais degradadas parecem gerar impactos sobre
animais de hábitos generalistas, com alta capacidade de ocupar áreas antrópicas e
aparentemente com populações grandes. Rodovias que cortam áreas preservadas, ou menos
degradadas, tendem a gerar impactos sobre espécies mais exigentes ao uso de habitat, com áreas
de vida mais restritas e possivelmente populações menores. A identificação das espécies mais
frequentemente atropeladas e dos padrões ecológicos envolvidos pode servir como ferramenta
para a tomada de decisão a fim de buscar alternativas para reduzir os atropelamentos