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Previous issue date: 2018A biodiversidade do Brasil é considerada a maior do mundo. Essa grande
biodiversidade é resultado de um processo milenar que envolve fatores ambientais e
sociais. Porém, esse processo coevolutivo está sendo comprometido pelo avanço de
um modelo de globalização hegemônico. No âmbito das frutas nativas, foco desta
pesquisa, estes impactos são severos. As frutas nativas, e o processo de
domesticação que deu origem a elas, são ao mesmo tempo invisíveis e eliminadas
pelos que fomentam tal globalização. No entanto, este modelo não é a única forma de
coexistir. Outros mundos não só são possíveis e necessários como existem. Estes
outros mundos são por essência diversos, e se unem sob uma outra forma de
globalização, a globalização contra-hegemônica. Nesse processo se inserem as frutas
nativas que passam a serem valorizadas, cuidadas e promovidas. É dentro deste
contexto que emerge esta pesquisa. Sua justificativa é centrada na urgência do
resgate e promoção de um processo de domesticação de plantas, com ênfase nas
frutas nativas, que contribua para a expansão da sociobiodiversidade. Seu objetivo
principal é promover um processo de domesticação, com ênfase nas frutas nativas,
através dos princípios da Agroecologia e que fomente a sociobiodiversidade. O
método utilizado é a pesquisa-ação, sendo dividido em quatro fases: i)
problematização das frutas nativas e indicação de espécies prioritárias; ii)
caracterização socioambiental das espécies prioritárias; iii) caracterização
socioambiental de boas árvores e; iv) multiplicação das boas árvores. O público foi
constituído 117 pessoas de seis grupos de agricultores inseridos no Núcleo Luta
Camponesa, vinculado na Rede Ecovida de Agroecologia. Este núcleo está situado
nos Territórios da Cidadania, do Estado do Paraná, Cantuquiriguaçu e Paraná Centro.
Como resultado, destaca-se a identificação e caracterização, socioambiental de sete
espécies de frutas nativas classificadas como prioritárias pelos agricultores para a
promoção de um processo de domesticação, sendo elas: i) Guabiroba
(Campomanesia xanthocarpa); ii) Pitanga (Eugenia uniflora) Uvaia (Eugenia
pyriformis); iv) Cereja (Eugenia involucrata); v) Guabiju, (Myrcianthes pungens); vi)
Araçá Vermelho (Psidium longipetiolatum) e; vii) Ingá Feijão (Inga marginata Willd).
Além da caracterização das espécies, descreveu-se os aspectos sociais e ambientais
desejável em boas matrizes. Através desse processo, foram identificadas e
georreferenciadas 42 matrizes, sendo 15 de Guabiroba, 8 de Pitanga, 8 de Uvaia, 3
de Cereja, 4 de Araçá Vermelho, 1 de Guabiju e 3 de Ingá Feijão. Contudo, o principal
resultado deste trabalho foi, em conjunto com os agricultores, resgatar e promover
olhares para as frutas nativas, contribuindo desse modo para a emergência de um
modo de domesticação de plantas que a aumente a sociobiodiversidade, por meio da
Agroecologia e articulado com ações práticas que envolvam a comercialização,
regularização sanitária e processamento visando valorizar as frutas nativas. Também
é possível indicar que olhar, plantar, produzir, processar, comercializar e consumir as
frutas nativas, é dar materialidade à construção de outros mundos, que supera a
racionalidade do modelo hegemônico de agricultura e gera indicativos para a
construção de uma nova mentalidade na relação dos agricultores com a
sociobiodiversidade.
Palavras chave: Fruta Nativa; Domesticação de Plantas, Agroecologia;
Sociobiodiversidade; Pensamento Pós-Colonial.The biodiversity of Brazil is considered the largest in the world. This great biodiversity
is the result of an ancient process that involves environmental and social factors.
However, this coevolutionary process is being compromised by the advance of a model
of hegemonic globalization. In the context of native fruits, the focus of this research,
these impacts are severe. Native fruits, and the process of domestication that gave
rise to them, are both invisible and eliminated by those who foster such globalization.
However, this model is not the only way to coexist. Other worlds are not only possible
and necessary as they exist. These other worlds are by their very nature diverse, and
unite under another form of globalization, counter-hegemonic globalization. In this
process are inserted the native fruits that are valued, taken care of and promoted. It is
within this context that this research emerges. Its justification is centered in the urgency
of the rescue and promotion of a process of domestication of plants, with emphasis on
the native fruits, that contributes to the expansion of the sociobiodiversity. Its main
objective is to promote a process of domestication, with emphasis on native fruits,
through the principles of Agroecology and that fosters sociobiodiversity. The method
used is action research, being divided into four phases: i) problematization of native
fruits and indication of priority species; ii) socio-environmental characterization of
priority species; iii) socio-environmental characterization of good trees; iv)
multiplication of good trees. The public was constituted 117 people from six groups of
farmers inserted in the Nucleus Luta Camponesa, linked to the Rede Ecovida Network
of Agroecology. This nucleus is located in the Territories of the Citizenship, of the State
of Paraná, Cantuquiriguaçu and Paraná Center. As a result, the identification and
social-environmental characterization of seven native fruit species classified as priority
by the farmers to promote a domestication process are highlighted: i) Guabiroba
(Campomanesia xanthocarpa); ii) Pitanga (Eugenia uniflora) Uvaia (Eugenia
pyriformis); iv) Cherry (Eugenia involucrata); v) Guabiju, (Myrcianthes pungens); vi)
Araçá Vermelho (Psidium longipetiolatum) and; vii) Ingá Feijão (Inga marginata Willd).
In addition to the characterization of the species, we described the social and
environmental aspects desirable in good matrices. Through this process, 42 matrices
were identified and georeferenced, 15 of Guabiroba, 8 of Pitanga, 8 of Uvaia, 3 of
Cherry, 4 of Araçá Vermelho, 1 of Guabiju and 3 of Ingá Feijão. However, it is believed
that the main result of this work was, together with the farmers, to rescue and promote
glances for native fruits, thus contributing to the emergence of a way of domestication
of plants that increases the socio-biodiversity. Another identified aspect concerns the
multidimensionality of fruits, since topics such as domestication of plants, Agroecology
and sociobiodiversity need to be articulated with practical actions that involve the
commercialization, sanitation regularization and processing in order to value the native
fruits. It is also possible to indicate that looking, planting, producing, processing,
marketing and consuming native fruits is to give materiality to the construction of other
worlds, which surpasses the rationality of the hegemonic model of agriculture and
generates indicatives for the construction of a new mentality in relation of farmers with
socio-biodiversity.
Keywords: Native Fruit; Plant Domestication, Agroecology; Sociobiodiversity;
Postcolonial Thought